Mais de 80% dos prefeitos do Brasil são contrários às aulas presenciais em 2020, diz estudo

Pesquisa foi feita pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com 3.988 municípios, 71% do total do País
JC
Publicado em 15/10/2020 às 11:24
Gestores que acreditam na possibilidade de reabertura das instituições só irá adotar o processo de retomada gradual com a garantia da queda do contágio da doença Foto: BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM


Pesquisa feita pela Confederação Nacional de Municípios (CNM) com 3.988 municípios, representação que corresponde a 71,6% do total do País, mostra que 82,1% (3.275) dos prefeitos não acreditam que seja possível retomar as aulas presenciais em 2020, devido a pandemia da covid-19. Além disso, 94% (3.742) ainda não têm data definida para retorno. Os resultados do estudo foram divulgados nesta quinta-feira (15).

Por outro lado, a parcela de gestores (17%) que acredita haver possibilidade de reabertura das instituições ainda neste ano só irá adotar o processo de retomada gradual com a garantia da queda do contágio da doença e, também, desde que haja disponibilidade de vacina.

O levantamento aponta também que, enquanto não abrem os espaços físicos das escolas, 3.887 redes de ensino, portanto 97,5% do total de municípios pesquisados, garantem o ano letivo por meio de atividades pedagógicas não presenciais aos estudantes, tanto da educação infantil quanto do ensino fundamental. A distribuição de material pedagógico impresso tem sido combinada com o envio de atividades por aplicativos de mensagens instantâneas e por aulas e atividades em meios digitais.

Do total, 2.811 gestores municipais afirmaram que têm os planos de retorno prontos ou em elaboração. Entre esses, a maioria respondeu que planeja adotar medidas para um modelo híbrido de ensino (78,2%), além de um retorno gradual das aulas presenciais (74,7%) e um sistema de rodízio (70,5%) para facilitar o distanciamento social.

O presidente da CNM, Glademir Aroldi, destaca o complexo cenário para tomada de decisão. “Não se pode esquecer que há, até este momento, mais incertezas do que respostas ou soluções e a realidade tem exigido planejamento sério e articulado e uma forte capacidade de adaptação dos gestores, que estão pautando suas decisões de forma responsável para garantir a continuidade do processo educacional com segurança e qualidade.”

Retorno em Pernambuco

Após impasse judicial, o cronograma elaborado pelo governo do Estado que permite o retorno presencial dos alunos da educação básica de Pernambuco começou a ser cumprido. Os cerca de 10,5 mil concluintes do ensino médio da rede privada - que tinham volta prevista para terça-feira (6), puderam voltar às escolas na sexta-feira (9), mesmo muitas das unidades escolhendo abrir apenas após o feriado prolongado, na terça-feira (13), mesmo dia em que os 11,4 mil estudantes do 2º ano foram às salas de aula. A próxima etapa da retomada gradual contempla estudantes do 1º ano do ensino médio. Esses estão autorizados pelo Executivo estadual a retornarem às salas de aula no dia 20 de outubro.

Qual a data para as outras séries?

Até a publicação dessa reportagem, não havia previsão de divulgação de cronograma que contemple as outras séries, como ensino fundamental e educação infantil, tanto na rede privada quanto nas rede estadual e municipal.

E a rede estadual?

Os docentes das escolas estaduais decidiram pela suspensão da greve, que durou três dias, na condição do governo estadual garantir que não retornará as aulas presenciais na rede estadual até 20 de outubro.

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) cassou, na última sexta-feira (09), liminar que proibia a volta às aulas. E determinou que o retorno ocorra até a próxima sexta-feira (16) ou que governo do Estado e Sintepe informem, em comum acordo, uma data para reabrir as unidades de ensino.

O acordo é que as aulas voltem dia 21 na rede estadual. Mas há uma assembleia dos professores no dia 19, quando eles decidirão se concordam em retornar ou se vão descumprir a decisão judicial.

E a rede federal?

O Instituto Federal De Pernambuco (IFPE) informou que não há previsão para retorno das aulas presenciais.

O Colégio Aplicação, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), afirmou que está elaborando o plano de retomada a partir do modelo do plano de retomada da universidade, mas também não há previsão. 

Já o Colégio Militar do Recife (CMR) retomou as atividades presenciais no dia 13 de outubro, de forma gradual e em sistema de rodízio, para os alunos do 2º e 3º anos do Ensino Médio, em consonância com a previsão para retomada das aulas presenciais do Governo do Estado de Pernambuco.

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