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Por Mirella Araújo e equipe
COLUNA ENEM E EDUCAÇÃO

Aulas presenciais em escolas, faculdades e universidades de Pernambuco só poderão ser retomadas em 5 de abril

Inicialmente a volta para o ensino presencial seria permitida em 29 de março

Cadastrado por

Margarida Azevedo

Publicado em 25/03/2021 às 17:19 | Atualizado em 26/03/2021 às 0:07
Cada escola premiada receberá R$ 80 mil - BRENDA ALCÂNTARA/JC IMAGEM

Atualizada às 21h50

Escolas, faculdades e universidades públicas e privadas de Pernambuco permanecerão fechadas por mais uma semana. As aulas presenciais, que inicialmente seriam liberadas a partir da próxima segunda-feira (29), poderão ser retomadas somente em 5 de abril, ou seja, logo após o feriadão de Páscoa. O anúncio foi feito agora à tarde pelo governador Paulo Câmara, que comunicou ampliação do decreto da quarentena até 31 de março. Outra novidade é que as salas de aula só poderão ser ocupadas com até 50% da capacidade máxima.

Como os dias 1º e 2 de abril serão, respectivamente, a Quinta e a Sexta-feira Santa, já não há, normalmente, aulas nos estabelecimentos de ensino nesses dias.

O ensino presencial para a rede pública permanece sem liberação, pelo governo estadual, para séries do ensino fundamental e da educação infantil. Apenas o ensino médio na rede pública e as escolas da rede privada, para todas as etapas da educação básica, poderão voltar a funcionar no dia 5.

A interrupção das aulas presenciais afeta cerca de 700 mil discentes da educação básica de Pernambuco (400 mil na rede particular, em todas as etapas; e 300 mil do ensino médio da rede estadual).

"A notícia de que o retorno às atividades escolares no modelo híbrido se dará a partir de 5 de abril estava dentro do nosso leque de possibilidades, fruto do senso de realidade com que sempre atuamos na condução das questões de interesse da escola particular de Pernambuco. Entendemos, pois, como positivo o posicionamento do governo do Estado", afirmou o presidente do Sindicato das Escolas Privadas de Pernambuco (Sinepe), José Ricardo Diniz.

"Direcionamos nosso esforço para que os profissionais da educação, enquanto inseridos no grupo prioritário, tenham o início do seu processo de vacinação já em abril", complementou José Ricardo.

CRÍTICAS

Para o sindicato dos professores da rede privada, a decisão de autorizar o retorno das aulas para 5 de abril foi precipitada. "Sabemos que existe uma pressão grande do setor econômico, por parte do Sinepe. Foi importante manter a suspensão das aulas presenciais na próxima semana, é acertado. Mas é precipitado liberar para o dia 5 de abril. Não há nenhum dado científico que aponte que daqui a uma semana haja uma situação segura para retorno das aulas presenciais. Todos os diagnósticos mostram aumento de casos e mortes em Pernambuco", observa o presidente do Sindicato dos Professores da Rede Particular de Pernambuco (Sinpro), Helmilton Bezerra.

"Enquanto no cenário nacional as ações são de recuo aqui no Estado o governo avança. Nossa categoria está extremamente preocupada. Haverá um feriado em que há normalmente um desrespeito por alguns setores da sociedade. Podemos ter no dia 5 de abril muito mais gente contaminada e que pode repercutir no contágio de professores e da comunidade escolar", destaca Helmilton.

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe) também criticou a liberação do governo estadual para aulas presenciais após a Páscoa. "Reafirmamos nossa posição contrária ao retorno das aulas e atividades presencias neste momento grave da pandemia caracterizada por uma emergência sanitária", afirma a vice-presidente do Sintepe, Ivete Caetano.

"No Brasil completamos 300 mil mortes e em Pernambuco, em uma semana, morreram 10 trabalhadores em educação. As escolas não são seguras. Levantamento nosso realizado entre os dias 23 de fevereiro e 15 de março identificou 480 casos de covid-19 nas escolas estaduais. O momento é de garantir a saúde e a vida dos trabalhadores em educação e dos estudantes", observou Ivete.

 

NOVAS REGRAS

O governador Paulo Câmara anunciou que as medidas mais rígidas seguirão até o fim do mês de março. Um novo plano de convivência começa a valer no dia 1º de abril e vai até o dia 25 do mesmo mês.

“As atividades econômicas poderão reabrir das 10h às 20h nos dias de semana, e das 9h às 17h aos sábados, domingos e feriados. As praias voltarão a ter atividades físicas individuais permitidas e a volta às aulas estará liberada a partir do próximo dia 5 de abril, para a rede privada e para o ensino médio da rede estadual”, detalhou Paulo Câmara. Celebrações religiosas poderão voltar a acontecer, desde que obedecendo aos protocolos e horários pré-estabelecidos.

Segundo o governador, a flexibilização das restrições não significa que a pandemia foi superada em Pernambuco. “Pelo contrário, temos um caminho longo pela frente até a superação total desse flagelo. Todos já sabemos quais são as atitudes que permitem conviver com a doença. Faça a sua parte, use máscara e oriente as pessoas que estejam relaxando nos cuidados básicos”, advertiu Paulo Câmara, acrescentando que considera o atual momento decisivo na luta contra a doença, que já dura mais de um ano.

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