Com Estadão Conteúdo
O Ministério da Educação (MEC) deve suspender uma portaria que dava prazos para alterações no ensino médio. Assim, fica adiada a adaptação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), cuja mudança era prevista para 2024.
A implementação do novo ensino médio, iniciada em 2022, não deve ser afetada pela decisão do governo federal.
Como é o novo ensino médio?
As escolas públicas e privadas vão continuar a oferecer o currículo flexível, com os chamados itinerários formativos, no qual os alunos têm o direto de escolher as matérias do seu interesse para sua área de graduação.
No entanto, com a permanência do formato de prova sem a reforma do ensino médio, é necessário que as instituições de ensino incentivem os alunos à buscarem conhecimentos que agregarão seu desempenho completo nas realizações das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Além dessa mudança na grade de disciplinas, estava prevista uma adaptação do Enem coerente com esse novo ensino médio. A decisão do governo é, até o momento, não alterar o formato do Enem.
Novo ensino médio vai ser revogado?
A decisão de agora não significa revogação do novo ensino médio, como pedem alguns grupos. O novo modelo foi instituído por lei e, para ser revogado, precisa passar pelo Congresso.
O novo ensino médio está sendo alvo de críticas de entidades estudantis e uma parcela das associações do setor. Já os secretários de Educação e outros grupos de especialistas defendem que ajustes no modelo são possíveis, mas veem a revogação como um retrocesso.
A pressão, porém, que vem inclusive de parte da esquerda, fez o governo Lula responder com um aceno de mudança. A previsão é de que essa nova portaria suspenda o cronograma por 90 dias. Nesse período, é realizada consulta pública e debates sobre o tema.