O Metrô do Recife terá uma operação especial nesta quinta-feira (20/5) devido à paralisação nacional dos metroviários e só funcionará nos horários de pico da manhã (5h às 9h) e do fim de tarde (16h às 20h). A categoria fará uma paralisação de 24h como pressão para conseguir ter a vacinação contra covid-19 antecipada. Havia a possibilidade de motoristas e cobradores da Região Metropolitana do Recife, que também têm protestado pela imunização, aderirem ao movimento, mas nada foi confirmado pelo Sindicato dos Rodoviários. Mas especula-se que deverá acontecer protesto no Centro do Recife pela manhã.
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Atualmente, pouco mais de 200 mil pessoas têm usado o Metrô do Recife diariamente - quase a metade da demanda pré-pandemia, quando o sistema transportava 400 mil passageiros em suas duas linhas elétricas (Centro e Sul) e na Diesel (VLT). A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) informou que irá garantir a operação parcial por oito horas (quatro pela manhã e quatro à tarde), fazendo uso de esquema especial que sempre coloca em prática nas greves e atos dos metroviários. A Linha Diesel não terá operação nesta quinta-feira. No restante do dia, os passageiros terão que depender dos ônibus. O Grande Recife Consórcio de Transporte deve divulgar ainda hoje o reforço das linhas para minimizar o impacto da paralisação do metrô.
São 1.800 metroviários atuando no Metrô do Recife. A paralisação envolverá todos os sistemas públicos geridos pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) no País, à exceção de João Pessoa, que recentemente teve uma garantia da imunização. Além do Recife, farão o movimento o metrô de Belo Horizonte (MG). Os outros três sistemas da CBTU de Maceió (AL), Natal (RN) e João Pessoa (PB). Os cinco sistemas da CBTU envolvem quase 4.200 profissionais. No caso do Grande Recife, o movimento foi aprovado em assembleia nesta segunda-feira (17).
“Não temos escolha já que o País não se importa com a categoria do transporte público. Como você pode ir para a guerra com os soldados doentes? Nós que fazemos o transporte coletivo todos os dias somos esses soldados. O jeito é fazer essa paralisação para chamar a atenção para a nossa situação”, alega o presidente do Sindicato dos Metroviários de Pernambuco (SindMetro), Adalberto Ferreira. Os números da entidade apontam que 14 metroviários do sistema metropolitano morreram desde o início da pandemia e quase 500 profissionais já testaram positivo.
PARTICIPAÇÃO DOS RODOVIÁRIOS
Os motoristas e cobradores de ônibus do Grande Recife poderão aderir à paralisação desta quinta-feira, ao lado dos metroviários. A organização do movimento nacional contou com a participação da diretoria do Sindicato dos Rodoviários de Pernambuco. E, segundo Adalberto Ferreira, caso não haja tempo hábil para organizar a categoria, um outro movimento conjunto deverá ser feito na próxima semana. “Vamos discutir um movimento maior para a próxima semana. Não vamos aceitar que os rodoviários e metroviários só sejam essenciais quando precisam da gente”, reforçou.
A categoria critica o fato de os profissionais da educação básica, por exemplo, terem a imunização antecipada, enquanto os motoristas, cobradores e metroviários seguem expostos em ônibus e trens lotados, diariamente, em alguns horários do dia sem qualquer previsão de vacina. Em Pernambuco, somando as duas categorias seriam menos de 20 mil profissionais: 15 mil rodoviários e 2 mil metroviários.