Dois homens foram presos pela Polícia Civil de Pernambuco nesta terça-feira (14/7) por estarem comercializando indevidamente cartões VEM Trabalhador e VEM Comum na Região Metropolitana do Recife, utilizados nos ônibus e no Metrô do Recife. A venda do benefício (VEM Trabalhador) e dos cartões comuns é proibida e, criminalmente, a prática é tipificada como estelionato, com pena de um a cinco anos de prisão. O caso aconteceu no Terminal Integrado de Igarassu, na área norte da RMR, e um dos TIs mais problemáticos do sistema exatamente pela grande quantidade de pessoas que entram sem pagar. São aproximadamente 20 mil pessoas passando no local por dia.
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Um dos homens presos era um reeducando do sistema prisional de Pernambuco que trabalhava terceirizado para o Consórcio Conorte, que opera linhas na região e o Corredor de BRT Norte-Sul, que liga Igarassu ao Recife. O rapaz, por ironia, atuava na função de combate à evasão de receita do sistema de ônibus, que chega a ultrapassar os 10% do total de passageiros transportados diariamente na RMR. Ele era responsável por orientar os usuários a não entrar sem pagar no terminal. O segundo homem era um ambulante que frequentava o TI.
A prisão foi feita pela equipe da 29ª Delegacia de Igarassu, sob coordenação do delegado Guilherme Kerth. A dupla foi presa em flagrante com mais de 20 cartões VEM Trabalhador Segundo o delegado, depois de receber denúncias da prática da venda, flagrantes em vídeo foram feitos pelos policiais. A dupla vendia o acesso ao terminal integrado sem contabilizar no bloqueio (catracas). Os passageiros pagavam menos do que a tarifa cobrada no TI - Anel B (R$ 5,10) -, a mais cara da integração da RMR. Nos vídeos, é possível ver a dupla atuando: um dos homens utilizando os cartões, enquanto o outro, terceirizado do Conorte, é visto liberando a entrada de passageiros.
A dupla foi autuada em flagrante e encaminhada para audiência de custódia na Justiça. Segundo o delegado Guilherme Kerth, o ambulante confessou o crime, mas o reeducando negou, apesar das imagens. Diretor de Operações do Conorte, Almir Buonora alertou para o fato de que esse reeducando é uma exceção no grupo que vem trabalhando com as empresas do consórcio há algum tempo. “São 60 reeducandos do sistema prisional que atuam nesse controle de acesso nos terminais integrados e dos embarques nos coletivos. Fazem um bom trabalho. Essa foi uma exceção”, afirmou.
BLOQUEIO DOS CARTÕES
Os quase 20 cartões apreendidos no flagrante serão bloqueados pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano (CTM) e, segundo o delegado, os titulares dos cartões VEM Trabalhador poderão vir a ser investigados. Vale lembrar que o benefício do VEM Trabalhador é intransferível. No caso do VEM Comum é diferente porque não há titularidade. Segundo a polícia, os donos alugavam os cartões por R$ 120 ao mês.