Se depender dos empresários de ônibus, pelo menos por enquanto não haverá greve de ônibus na Região Metropolitana do Recife. Em entrevista à Rádio Jornal, o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE), Fernando Bandeira, minimizou a reação dos rodoviários à proposta dos empresários de transferir para janeiro de 2022 as negociações salariais. Motoristas e cobradores realizam uma assembleia na tarde desta quinta-feira (5/8) para aprovar uma resposta aos empresários.
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Segundo Fernando Bandeira, o setor empresarial fez apenas uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários para adiar as negociações. A proposta não significaria, obrigatoriamente, o fim das conversas e, consequentemente, uma greve de ônibus. “A pandemia provocou dificuldades em todos os segmentos econômicos e no transporte público perdemos 75% da demanda que tínhamos em março de 2020, antes do início da crise sanitária. Hoje estamos com 60% da demanda de antes. Por esse motivo, fizemos uma consulta ao Sindicato dos Rodoviários se não seria mais produtivo se passássemos a negociação para janeiro de 2022. Logicamente que, se eu transfiro a discussão para janeiro, eu estarei pagando a inflação de 18 meses em vez de 12 meses”, colocou Bandeira.
Acredito que o bom senso deve prevalecer. A proposta que fizemos aos rodoviários é madura, correta, não estamos reduzindo a correção, daremos de julho a janeiro, e acredito que o presidente (Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários) vai ter a sensibilidade de defender isso perante a categoria. Mas, mesmo que não aceitem, não haverá necessariamente uma greve. Nós voltaremos a conversar. Nesse momento não há nada de greveFernando Bandeira, presidente dos empresários de ônibus de PE
O presidente da Urbana-PE explicou, ainda, que o setor empresarial segue aberto à conversar com os rodoviários. “O sindicato ficou de levar a proposta para a categoria decidir se aceita ou não. O que será decidido em uma assembleia. Depois disso é que teremos a segunda rodada de negociação. Devemos voltar a conversar no meio da próxima semana”, afirmou.
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Na visão de Bandeira, a proposta da Urbana-PE foi coerente e deverá ser aceita pelos rodoviários. “Acredito que o bom senso deve prevalecer. A proposta que fizemos aos rodoviários é madura, correta, não estamos reduzindo a correção, daremos de julho a janeiro, e acredito que o presidente (Aldo Lima, presidente do Sindicato dos Rodoviários) vai ter a sensibilidade de defender isso perante a categoria. Mas, mesmo que não aceitem, não haverá necessariamente uma greve. Nós voltaremos a conversar. Nesse momento não há nada de greve”, finalizou Bandeira.
REAÇÃO
O otimismo do empresário, entretanto, não condiz com a reação dos motoristas e cobradores de ônibus à proposta de adiar as negociações salariais para janeiro de 2022. A categoria já deixou claro ser contrária ao adiamento. Na assembleia desta quinta (5) não deverá ser discutido, ainda, um movimento de greve, mas se a reação for negativa - o que deverá acontecer - será uma questão de tempo para ele ser aprovado. A direção do Sindicato dos Rodoviários é contra a proposta feita pela Urbana-PE e deverá guiar a discussão nesse sentido.
“Os patrões estão lucrando na pandemia. Lucrando às custas de demissões de rodoviários, recebendo subsídio do governador, ganhando de presente a verba do VEM Social. Também receberam 8% de aumento das passagens de presente, têm economizado com a folha de pagamento colocando os trabalhadores para receber pela MP do governo federal e estão acabando com o SEI (Sistema Estrutural Integrado), que hoje só existe para quem usa o cartão VEM. Enquanto os patrões continuam a nadar em dinheiro, nós, trabalhadores, amargamos arrocho, inflação, carestia e mais exploração”, são alguns dos argumentos dos rodoviários na convocação da categoria para a assembleia.
CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:
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O presidente dos rodoviários, Aldo Lima, vai na mesma linha. “É inaceitável essa proposta. Inaceitável. Somos totalmente contra, ainda mais em meio a essa situação de pandemia e com a situação de dificuldade de muitos trabalhadores. Mas vamos levar a decisão para a categoria. Será ela quem definirá a resposta que daremos aos empresários”, afirmou.