Uma possível greve de ônibus na Região Metropolitana do Recife foi totalmente descartada e o passageiro pode respirar aliviado porque não precisará sofrer com a paralisação do serviço. Pelo menos por enquanto e pelo menos sob o argumento da negociação salarial. Rodoviários e empresários de ônibus chegaram a um acordo. Motoristas e os poucos cobradores que ainda restam no sistema aceitaram a segunda proposta feita pelo setor empresarial de reajuste de salários de 9,22% dividido em duas vezes. O fim da dupla função de motoristas, principal ponto dos atritos entre as categorias e o governo de Pernambuco - gestor do transporte público por ônibus da RMR - foi deixado de lado. Pelo menos por enquanto.
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Rodoviários aprovaram a proposta do setor empresarial em assembleia realizada em dois turnos na terça-feira (24/8). Como previsto, a categoria sequer exitou e aprovou a proposta do Sindicato da Empresa de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) de renovação do acordo coletivo de trabalho 2020/2021, com reajuste de 9,22% no ticket alimentação retroativo a 1º de julho, de 4,61% nos salários, entre os meses de julho e outubro, e de 9,22% a partir de novembro de 2021. De fato, não havia outro caminho a seguir e o percentual foi considerado bom pela categoria.
Assim, os salários de cada função passarão a ser:
O entendimento já era previsto, mas a continuidade da retirada dos cobradores dos ônibus do Grande Recife preocupava porque vinha sendo uma bandeira de luta dos motoristas. Em dezembro de 2020, no auge da pandemia de covid-19, a categoria fez uma greve, mas em 2018 e 2019 não houve movimentos paredistas. O último tinha acontecido em 2017. Aldo Lima, que preside o Sindicato dos Rodoviários desde o ano passado, garante que a causa da retirada dos cobradores e, consequentemente, a dupla função dos motoristas, não foi esquecida. “Depois da proposta indecente feita pela Urbana-PE de jogar a negociação salarial para janeiro de 2022, conseguir o índice de 9,22% foi visto pela categoria como algo bom. Mas não esquecemos da dupla função, apesar da jurisprudência criada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que entendeu não ser acúmulo de função dirigir, receber dinheiro e passar troco. Já existem Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) entendendo diferente e vamos trabalhar nisso. Não abriremos mão”, garantiu.
No fim do primeiro semestre de 2020 o governo de Pernambuco autorizou a retirada dos cobradores de todas as linhas em operação no Grande Recife, independente dos critérios técnicos (demanda de passageiros e uso da bilhetagem eletrônica). Uma das últimas empresas do sistema a ter o profissional, o Consórcio Conorte, também está deixando de usar os profissionais na operação.