O projeto de alargamento de quase sete quilômetros da BR-232 na saída do Recife em direção ao interior do Estado, que teve o edital de licitação lançado nesta sexta-feira (29/10) pelo governo de Pernambuco, recebeu elogios e alertas de engenheiros e especialistas em transporte e rodovias. De forma geral, a proposta foi comemorada e elogiada, principalmente pela urgência que a cerca - já que, devido ao alto volume de veículos que circulam no trecho (67 mil veículos/dia), o percurso dos 6,7 km é feito atualmente em uma hora.
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A promessa do Estado, inclusive, é que, com o alargamento da rodovia - que ganhará um faixa em cada sentido -, esse tempo de viagem tenha uma redução de 58%, caindo de 60 minutos para 25 minutos. “É uma obra muito importante e necessária para o Recife e a Região Metropolitana. E, ainda mais, para o transporte público. Temos ali 13 linhas de ônibus que transportam 28 mil pessoas diariamente e que perdem muito tempo com as retenções. Esse alargamento é fundamental”, pontua Maurício Pina, professor de engenharia da UFPE e da Unicap, especialista em transporte, rodovias e planejamento.
Pina lembra que, do jeito que está, o trecho da BR-232 entre a bifurcação com a BR-101 e com a BR-408 funciona como um grande gargalo viário. “Por ser a continuidade da Avenida Abdias de Carvalho, a rodovia precisa ser alargada. Analisando por sentido, temos tr~es faixas da Abdias e outras duas da BR-101 que se afunilam em apenas duas da BR-232. Por isso tantas retenções. O alargamento vai resolver essa questão”, pontuou o professor.
DESAFIO TEMPORAL
O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE), Adriano Lucena, acompanhou a apresentação do projeto de readequação da capacidade viária do trecho da BR-232 na saída do Recife e apontou como principal desafio a questão do impacto que as obras irão trazer para a cidade.
“O grande desafio desse projeto é temporal. Talvez essa obra possa ser feita em até menos tempo do que os 12 meses estipulados pelo Estado, mas é preciso conversar com a futura construtora. Também é fundamental que os trabalhos tenham um ritmo constante e que sejam executados diuturnamente. Não é recomendado que aconteça somente das 8h às 18h, como foi com a restauração da BR-101”, afirmou.
O uso do concreto nas pistas centrais - onde o tráfego é mais pesado - e de asfalto nas locais - que recebem menos peso - também foi elogiado pelo engenheiro civil.