Com informações da Agência Brasil
A matança promovida pelo trânsito brasileiro - foram 32 mil mortos somente em 2020, segundo o DataSus - exige treinamento especial para quem corre contra o tempo na tentativa de poupar vidas. Pensando nisso, o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro (CBMERJ) está realizando neste fim de semana (11 e 12/6) um desafio especial para salvar, no menor tempo possível, pessoas feridas em sinistros de trânsito.
É a 3ª edição do Desafio Estadual de Salvamento Veicular, que acontece no Riocentro, localizado em Jacarepaguá, Zona Oeste do Rio, e envolve 120 militares, divididos em 15 equipes. Os grupos participam de uma competição que simula sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se diz. Entenda a razão) envolvendo automóveis e que deixam feridos presos às ferragens.
A finalidade do simulado é liberar as vítimas com a maior segurança e no menor tempo possível. O desafio tem como objetivo reforçar o treinamento, difundir conhecimentos e consolidar as melhores doutrinas, praticando a dinâmica dos atendimentos no dia a dia. Além dos mortos, o trânsito deixa mais de 300 mil mutilados todos os anos.
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A competição é feita com provas de tempo máximo de 30 minutos e de maneira segura. O treinamento projeta cenários complexos para que as equipes resgatem as vítimas. São avaliadas habilidades e competências dos bombeiros durante as ocorrências, levando em consideração o planejamento das ações, liderança do grupo e comunicação entre eles.
Ao final, são apontados os aspectos de cada equipe e um relatório entregue aos militares. A disputa servirá como classificatória para a etapa nacional. Os melhores times representarão o País no desafio mundial.
À Agência Brasil, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros do RJ, coronel Leandro Monteiro, disse que os exercícios contribuem para que os profissionais desenvolvam pensamento rápido e trabalho em equipe. No caso dos sinistros de trânsito, os primeiros 20-30 minutos são fundamentais no socorro.
Confira a série de reportagens TRÂNSITO TRAVADO
"Os treinamentos são árduos e fazem desses militares verdadeiros atletas de alto rendimento, integrando preparo físico, técnico e psicológico. Cada vez que a equipe pratica, aperfeiçoa o atendimento nas ruas. Cada vez que simula um socorro, reduz o tempo-resposta na prática. Quem ganha é a população, a sociedade."
O coronel Leandro disse ainda que no início do ano, a corporação atualizou o Protocolo Operacional Padrão que serve de base para atuação em ocorrências de colisões com vítimas. "Hoje, a corporação pratica as táticas e técnicas de resgate mais atuais do mundo. A cada revisão dos procedimentos, os socorros ficam mais eficientes e mais seguros para as vítimas e para os profissionais que atuam na ponta", explicou.
O exercício acontece das 8 às 18h e é aberto ao público, com entrada franca.