O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), terceirizou um conflito com Luís Roberto Barroso sem antes ouvir o comentário completo do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O que temos no momento são as Forças Armadas fazendo descabidas ameaças, como se agissem em nome de um quarto poder que elas não têm, enquanto Bolsonaro segue alimentando uma briga atrás da outra.
Qualquer um sabe por aqui em Brasília que o presidente da República quer chegar nas eleições de outubro alimentando um ambiente conflagrado com o Judiciário para, no caso de perder a disputa, voltar a terceirizar uma ação um tanto quanto mais radical, novamente com o apoio dos militares.
Em um trecho polêmico das declarações de Barroso, ele lembra que “Desde 1996 [quando as urnas eletrônicas foram criadas], não tem um episódio de fraude no Brasil. Eleições totalmente limpas, seguras e auditáveis”. E completou: “E agora se vai pretender usar as Forças Armadas para atacar? Gentilmente convidadas para participar do processo, estão sendo orientadas para atacar o processo e tentar desacreditá-lo?”, questionou o ministro do STF, numa alusão de que Bolsonaro terceiriza as Forças Armadas para emparedarem o Judiciário.
Agora, eu pergunto: a quem interessa esse estado de animosidade? Em sã consciência a ninguém, mas Bolsonaro e os seus seguidores gostam desse clima de insegurança, de desconfiança. De alguém que entra em casa abrindo e fechando as portas dos armários.
O receio de muitos é de que o presidente da República acabe por desmoralizar instituições seculares como as Forças Armadas, em nome de um conflito político que não é delas. É de Jair Bolsonaro.
Pense nisso!