Delegado Jorge Ferreira afirmou que não escreveu postagem atribuída a ele. Foto: Facebook/Reprodução
Uma reunião na Chefia da Polícia Civil de Pernambuco, na área central do Recife, nesta segunda-feira (19), discute a investigação para comprovar se o
delegado Jorge Ferreira foi mesmo o autor da postagem no Facebook que faz críticas à vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), assassinada na semana passada. O encontro foi solicitado pelo chefe da Polícia Civil, Joselito Kehrle, e contou com a presença do delegado e do presidente da Associação dos Delegados de Polícia de Pernambuco (Adeppe), Francisco Rodrigues.
"O afastamento foi muito precoce. A Secretaria (SDS) não tem nenhum indício de que ele realmente foi o autor da postagem e mesmo assim resolver afastá-lo prematuramente", criticou o presidente da Adeppe, após a reunião.
Nesse domingo (18), o delegado Jorge Ferreira negou as acusações e afirmou que alguém pode ter acessado a conta dele e postado o texto. Ele prestou uma queixa na Delegacia de Paulista. A investigação vai ficar com a Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos. A Associação já solicitou agilidade na conclusão do caso.
Na mensagem atribuída ao delegado, a vereadora é apontada como "mulher de bandido" e envolvida com o narcotráfico. Após a repercussão do caso nas redes sociais, o Governo de Pernambuco decidiu afastar o delegado da função. Atualmente ele estava lotado no Departamento de Polícia da Mulher.
Em nota oficial, a Adeppe afirmou que "está apurando como se deu a fraude perpetrada, se através de uma conta falsa ou se houve invasão da conta do delegado Jorge Ferreira".
Leia nota completa.
Polícia Federal dá dicas para quem tiver a conta invadida nas redes sociais
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) do Estado abriu sindicância para apurar a conduta do profissional. Enquanto isso, ele ficará a disposição do setor de recursos humanos da Polícia Civil.
A VERSÃO DO DELEGADO
Em um vídeo publicado na rede social, na tarde do domingo (18), Jorge Ferreira afirmou que a mensagem não foi escrita por ele. "Nunca falaria uma coisa dessa natureza. Até porque eu trabalho em uma delegacia especializada em crimes contra a mulher e fui escolhido pelo meu caráter." Ele diz acreditar que pode ter sido vítima de montagem. "Estou aberto a todas as conversas e vou exigir investigação e que o Facebook me explique como isso é possível."
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