Para detectar o novo coronavírus, há dois tipos principais de testes que vêm sendo utilizados na pandemia. Um, é o chamado RT-PCR, teste molecular, que pesquisa a presença do material genético do vírus SARS-CoV-2 e deve ser feito na primeira semana de sintomas por meio do swab nasal (quando um tipo de haste flexível é introduzida no nariz ou garganta para colher a secreção respiratória). O outro tipo mais comum é o teste rápido sorológico, ele tem o objetivo de detectar anticorpos específicos contra covid-19 e é indicado a ser realizado a partir do sétimo dia da doença.
- Atrasar aplicação da 2ª dose da CoronaVac em alguns dias não prejudica eficácia, diz médico
- Grande estudo confirma eficácia da vacina contra covid-19 da Pfizer
- Estudo em Israel mostra eficácia de 97% da Pfizer em evitar casos sintomáticos
- Sputnik V tem alta eficácia contra variante brasileira do coronavírus, indica estudo na Argentina
- Queiroga admite que tratamento precoce não tem eficácia
- Qual a eficácia da vacina da Janssen? Por que ela vai chegar ao Brasil perto de vencer? Tem efeitos colaterais? Tire suas dúvidas
- Vacina contra covid-19 da Novavax mostra eficácia de 90,4% em estudo
- Covid: AstraZeneca diz que sua vacina tem eficácia de 64% contra variante Delta
No entanto, com a chegada das vacinas, muito se tem questionado se é necessário realizar o teste sorológico para comprovar a eficácia. Mas a resposta, segundo especialistas, é não.
O professor titular do Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e membro titular da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Carlos Dias, explicou que "os testes de anticorpos não comprovam se as vacinas funcionam se as vacinas funcionam, ou não. Os testes de fases clínicas 1, 2 e 3, principalmente a fase três, essas, sim, atestaram que as vacinas funcionam em proteger as pessoas. A efetividade real vai ser observada, por exemplo, após o início das campanhas de vacinação em massa, na população real. Isso é que vão mostrar se as vacinas realmente são boas em proteger você e evitar a doença."
Dias disse, ainda, que há diversos casos em que as pessoas que tomaram a vacina realizaram o teste sorológico e receberam o resultado negativo para a presença de anticorpos, mas isso não é parâmetro para dizer se a pessoa está, de fato, imunizada.
"Isso não quer dizer que você não desenvolveu ou não vá desenvolver pois os mecanismos de defesa vão muito além da produção de anticorpos neutralizantes, de anticorpos não neutralizantes. E esses testes de anticorpos eles não detectam o outro braço da resposta imunológica que são as respostas T de memória, as células T. E a resposta de defesa do nosso organismo contra covid-19 tanto a imunidade natural como a adquirida com as vacinas, elas não são dependentes só de anticorpos neutralizantes, mas elas dependem também da imunidade celular de memória e pelo estímulo de anticorpos não neutralizantes. Então, mesmo que nós não tenhamos anticorpos no sangue, as pessoas vacinadas têm células de memória prontas para produzir anticorpos", pontuou.
- Mais de 50% dos municípios do Brasil deram início à vacinação por faixa etária
- Veja quantas doses os seis municípios pernambucanos irão receber da vacina da Janssen contra covid-19
- Vacina da Janssen contra covid-19 atrasa e não chegará ao Brasil nesta terça
- Chile vacinará com Pfizer menores de 45 anos que tomaram 1ª dose da AstraZeneca
- Anvisa aprova ampliação de validade da vacina da Janssen de 3 para 4 meses e meio
O cientista ressaltou que apenas com grande parte da população vacinada é que será "maior o número de pessoas no entorno que estarão protegidas até quem não se vacinou. As respostas individuais elas são muito diferentes, então não faça o teste sorológico. Foque nos cuidados básicos, mantendo as medidas não farmacológicas. Porque não existe esse negócio de passaporte de imunidade. Ninguém estará seguro enquanto o vírus estiver circulando à vontade. Mas se você insiste em fazer".