A vacina russa contra a covid-19, Sputnik V, está prevista para chegar ao Brasil no início do mês de julho. A chegada do imunizante deve contribuir para acelerar a imunização no País, mas quem vai poder ser imunizado?
A importação da Sputnik V foi aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em caráter excepcional em 4 de junho, junto com a Covaxin. Apesar disto, há uma série de limitações para o uso dos imunizantes.
A Anvisa autorizou apenas a aplicação das doses em adultos, de 18 a 60 anos, sem comorbidade e ainda não vacinados. O órgão regulador também determinou que os resultados sejam monitorados, e restringiu o público-alvo a no máximo 1% da população num primeiro momento.
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Caso haja registro de fato adverso grave, a Anvisa pode suspender imediatamente a avaliação. Embora a área técnica da Anvisa argumente que há "lacunas" em informações necessárias para esse tipo de autorização, a sugestão acatada foi de estabelecer uma série de condicionantes para "mitigar riscos".
A Sputnik V teve a importação solicitada por Pernambuco, Bahia, Maranhão, Sergipe, Ceará e Piauí. Em abril, a Anvisa chegou a negar o pedido por faltarem dados de eficácia, segurança e qualidade do imunizante, mas os governos recorreram da decisão.
Cronograma de entrega
Nessa terça-feira (15), o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), informou que o cronograma de entrega da Sputnik V será divulgado na próxima semana. Os governadores participaram de uma reunião com membros do Fundo Soberano Russo para discutir o envio do imunizante para o Brasil. A previsão é de que as primeiras doses cheguem no começo de julho.
“Na agenda, o Consórcio dos Governadores do Nordeste e da Região da Amazônia, ficou acordado que iremos manter o contrato de trinta e sete milhões de doses. A partir da próxima semana iremos apresentar um cronograma”, afirmou Wellington Dias.
Cada Estado vai receber o suficiente para a imunização em duas doses de 1% da população. Pernambuco, por exemplo, deve receber 192 mil doses; Bahia, 300 mil; Maranhão, 141 mil; Sergipe, 46 mil, Ceará, 183 mil; Piauí, 66 mil doses.
Eficácia
Em 24 de maio, foi divulgada uma pesquisa realizada pelo Instituto de Virologia da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, sobre a eficácia do imunizante. A Argentina foi o primeiro país da América Latina a usar a 'Sputnik V' para vacinar a população.
Segundo o estudo, 99,65% dos participantes dos testes clínicos desenvolveram anticorpos para a cepa brasileira do vírus no 42º dia após a aplicação da segunda dose da vacina. Além disso, 85,5% dos indivíduos adquiriram a proteção no 14º dia depois da primeira dose.