No calendário de Saúde, Abril Marrom é a mobilização que faz alerta sobre prevenção e combate à cegueira. As ações têm como finalidade alertar a população sobre os riscos e as doenças que podem agredir os olhos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 6,5 milhões de brasileiros apresentam sintomas de dificuldade visual. Essas principais causas de cegueira podem acontecer das mais diversas formas, como as ametropias (erros de refração que dificultam a nitidez da imagem na retina, como hipermetropia, miopia, astigmatismo e presbiopia), glaucoma, catarata ou até mesmo as retinopatias (lesões na retina).
A catarata é a principal causa da cegueira reversível, e a cirurgia devolve o potencial de visão ao paciente.
A oftalmologista do Instituto de Olhos Fernando Ventura, Catarina Ventura, alerta sobre algumas possíveis causas. “As ametropias acontecem nas nossas práticas diárias e podem ser resolvidas com o uso de óculos. Outra doença que vem acontecendo com relativa frequência, devido ao aumento da expectativa de vida, são as degenerações maculares, que estão relacionadas principalmente à idade”, destaca a médica.
Quem tem diabetes também precisa ter atenção redobrada, já que suas complicações podem afetar a visão e, dessa maneira, levar até a cegueira. Tratamentos com laser, injeções e medicações podem minimizar os danos, mas o controle glicêmico, a dieta e as medicações para diabetes são os mais importantes aliados para melhorar a visão.
Outra causa comum de cegueira é o glaucoma, considerada uma doença silenciosa. “O paciente não sente os sintomas, nem percebe a diminuição da visão, como na catarata. Ele vai perdendo a visão progressivamente, seu campo de visão periférico, vai fechando o círculo e fica só a visão central”, alerta Catarina. O glaucoma não tem cura, mas tem controle. Por isso, é importante um acompanhamento oftalmológico.
Cegueira infantil
Nas crianças, é importante ter atenção na hora do teste do olhinho, que é capaz de diagnosticar problemas que podem ser corrigidos antes mesmo de causar a cegueira permanente.
A oftalmologista Catarina Ventura explica a importância da consulta oftalmológica periódica nesses casos. “Pode ser uma catarata congênita ou um glaucoma congênito. Além da visita periódica, a criança também precisa da atenção dos pais, pois o olho se desenvolve até os oito anos de idade. Então, caso não tenha essa rotina, é possível perder o tempo do tratamento e se tornar uma ambliopia, que é um olho enxergando mais que o outro”, explica.