Doença crônica, sistêmica e inflamatória da pele, a dermatite atópica é um tema que desperta atenção da população e da comunidade médica diariamente.
E neste mês de setembro, marcado por ações de conscientização da doença, é importante disseminar informações sobre essa condição, que atinge 7% da população adulta.
Como identificar uma dermatite atópica? Quais os sintomas?
A dermatite atópica é uma doença crônica, sistêmica e inflamatória da pele. A enfermidade caracteriza-se por lesões avermelhadas no rosto ou nas dobras do corpo, que causam coceira intensa. Quanto mais o paciente coça, mais a pele é danificada e pode até sangrar.
As áreas do joelho e dos braços costumam ser as mais afetadas, mas as lesões também podem ocorrer nas bochechas, orelhas, pescoço, mãos e pés.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a doença atinge 7% da população adulta (acima de 12 anos) e entre 15% e 25% das crianças e adolescentes.
Apesar dessa prevalência, a doença ainda é pouco conhecida pela população.
Confira a seguir PERGUNTAS E RESPOSTAS sobre a dermatite atópica.
O que pode provocar dermatite atópica?
A causa exata da dermatite atópica ainda não foi descoberta, mas a doença ocorre por conta de um desequilíbrio no sistema imunológico, o que leva a um processo inflamatório que desencadeia lesões na pele.
Alguns gatilhos que podem provocar crises já são conhecidos, como:
- clima muito seco
- estresse
- contato com alérgenos, como tecidos, poeira, ácaro
Há tipos de dermatite atópica?
A dermatite atópica pode ser classificada como leve, moderada e grave, de acordo com a extensão das lesões, percentual de superfície corpórea atingida e impacto da doença na qualidade de vida.
Pesquisas mostram que 30% a 40% dos pacientes estão entre as classificações moderado e grave.
Qual é o tratamento da dermatite atópica?
Por ser uma doença de origem genética e crônica, a dermatite atópica não tem cura, mas pode ser controlada.
Os médicos especialistas em diagnosticar e tratar a dermatite atópica são o alergista e o dermatologista.
Novas terapias já estão disponíveis no Brasil, como o upadacitinibe, medicamento oral que recebeu recentemente aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para o tratamento de dermatite atópica moderada a grave em pacientes acima de 12 anos elegíveis a terapia sistêmica.
Além disso, o uso de anti-histamínicos por via oral pode ajudar no controle da coceira que acompanha a dermatite atópica, mas o efeito deles não é curativo.
DERMATITE ATÓPICA: neste vídeo, veja MITOS e VERDADES
Qual é a melhor pomada para dermatite atópica?
Na maioria dos casos, o tratamento envolve o uso de medicamentos tópicos, ou seja, aqueles aplicados diretamente sobre a pele ou couro cabeludo do paciente.
Normalmente, é empregado um creme ou uma pomada de cortisona (ou esteroide), com uso restrito, devido aos seus efeitos colaterais.
Em algumas situações, é necessário, cremes com diferentes concentrações de esteroide para as áreas distintas da pele e para idades diferentes.
Crianças devem utilizar corticosteroides de menor potência, pela sua capacidade de absorvê-los e causar problemas internos.
Outras medicações que não envolvem os corticosteroides podem ser utilizadas em associação a eles ou separadamente, como os derivados da calcineurina, especialmente em áreas de pele muito fina, como pálpebras, dobras axilares e região genital.
Em casos mais graves, os pacientes podem precisar de medicações orais, incluindo corticoides, imunossupressores, como ciclosporina e metotrexate, além de outros.
O que pode piorar a dermatite atópica? Quais as complicações?
Sem o tratamento adequado, o ressecamento da pele, a coceira e a formação de feridas causadas pela dermatite atópica podem levar ao desenvolvimento de infecções dermatológicas bacterianas, virais ou fúngicas.
Em casos dessas complicações (infecções secundárias), é indicado o uso de antibióticos. Alguns casos necessitam de internação hospitalar para controle adequado.
Como a dermatite atópica afeta o emocional?
A coceira frequente e intensa pode causar dificuldades para dormir, além de prejudicar a saúde mental.
O desenvolvimento de quadros de ansiedade e depressão é comum.
Em um estudo internacional, 38% dos pacientes reportaram que a dermatite atópica impactou sua decisão de não estudar ou buscar um trabalho.
O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA MELHORAR A DERMATITE ATÓPICA
"O que muitos não sabem é que ela pode estar associada à bronquite, asma e rinite, mas suas causas não são realmente conhecidas", diz a dermatologista Lígia Pessoa de Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Pernambuco (SBD-PE).
A médica acrescenta que alguns fatores podem funcionar como gatilho para a doença, como: substâncias irritantes, poeira, produtos de limpeza, conservantes, frio intenso, calor e ambientes muito fechados, entre outros. "O estresse emocional influencia muito."
A dermatologista ainda fala sobre as principais recomendações para pessoas com dermatite atópica. "Evitar tomar banhos muito quentes, usar pouco sabonete e hidratar a pele para impedir o ressecamento são atitudes importantes. O ideal mesmo é consultar um dermatologista para evitar que o quadro se agrave. Ele também passará a melhor forma de tratamento."
DERMATITE ATÓPICA NÃO É CONTAGIOSA
Apesar de a dermatite atópica não ser contagiosa, pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela AbbVie, revelou que três em cada 10 brasileiros acreditam erroneamente que a doença é infecciosa.
Além disso, 47% dos entrevistados julgam que a enfermidade é causada por falta de higiene e 37% afirmam que pessoas com dermatite atópica não devem sair de casa.
A disseminação de informações corretas sobre a dermatite atópica é fundamental para reduzir o estigma e o preconceito sofrido pelos pacientes. Esse é o principal motivo que levou à criação dos Dias Mundial e Nacional da Dermatite Atópica, em 14 e 23 de setembro, respectivamente. Por isso, setembro é o mês de conscientização sobre a dermatite atópica.
Atópicos
Para marcar o Mês de Conscientização da Dermatite Atópica, a AbbVie lança a campanha Atópicos, veiculada em TV aberta, sites e redes sociais.
O objetivo é apresentar os diferentes perfis de pacientes e os impactos que a dermatite atópica causa em suas vidas.
O primeiro filme é Frio Escaldante e retrata as dificuldades dos pacientes durante os dias mais frios do ano, com os sintomas desencadeados pela doença, como coceira intensa, pele seca, sensação de ardência, distúrbios do sono e absenteísmo no trabalho.