A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) considera a diabetes um dos principais fatores de risco para as doenças cardiovasculares.
Dados divulgados pela entidade apontam que uma mulher com diabetes pode ter até 50% mais chances de sofrer um infarto, em comparação com aquela que não tem a doença.
No caso dos homens com diabetes, o risco de infarto pode chegar a 40%.
A estimativa é de que 21,5 milhões de brasileiros tenham diabetes em 2030, de acordo com o Atlas da Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF).
"A diabetes é causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina e o acúmulo de glicose no sangue pode levar a lesões nos tecidos do coração", explica a médica endocrinologista Denise Reis Franco.
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"As plaquetas, células sanguíneas que iniciam a formação de coágulos no sangue, também ficam mais aderentes em pacientes com diabetes, aumentando a probabilidade de obstrução nas artérias", acrescenta.
A médica endocrinologista reforça ainda que, se a pessoa apresentar outros fatores de risco como a hipertensão, colesterol alto, obesidade, sedentarismo, tabagismo e o histórico familiar de casos de infarto agudo alinhado a diabetes, o risco de doenças cardiovasculares é potencializado.
PRIMEIROS SOCORROS INFARTO
Como deve ser a rotina de quem tem diabetes? Veja alguns cuidados
Alimentação balanceada e atividades físicas são os principais meios de prevenção da diabetes.
Uma vez adquirida, a doença não tem cura. Mas é possível controlar os índices glicêmicos no sangue para ter qualidade de vida e evitar complicações.
"Além dos hábitos saudáveis, é fundamental que a pessoa com diabetes faça um acompanhamento médico para melhor adesão a tratamentos e evitar que as taxas de glicemia aumentem, incluindo o uso de insulina, quando necessário", finaliza a endocrinologista.
INFARTO EM MULHRES: sintomas são diferentes da dor no peito
Já passou o tempo de acreditar que problemas no coração era “coisa de homem”. As doenças cardiovasculares nas mulheres já ultrapassam as estatísticas de câncer de mama e de útero.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as cardiopatias respondem por um terço das mortes de mulheres no mundo, com 8,5 milhões de óbitos por ano, ou seja, mais de 23 mil por dia.
Entre as brasileiras, principalmente acima dos 40 anos, as doenças do coração chegam a representar 30% das causas de morte, a maior taxa da América Latina.
Estudo feito a partir dos dados da plataforma online Estatísticas Cardiovascular Brasil: 2020, da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), mostrou que a predominância de doenças cardiovasculares é muito maior nas mulheres entre 15 e 49 anos e vem aumentando as mortes por doenças isquêmicas, como o infarto do miocárdio, nas mais jovens.
O miocárdio é um músculo cardíaco - isto é, a própria parede do coração.
O infarto do miocárdio está bastante relacionado a sintomas atípicos e que as mulheres apresentam com mais frequência.
INFARTO: Veja os sintomas
Infarto feminino - entre os sintomas que as mulheres podem apresentar com mais frequência, estão:
- ardência na pele
- dor no pescoço, nos ombros, no rosto, na mandíbula
- falta de ar
- fadiga incomum
- palpitações
O infarto feminino se associa ao estresse mental, emocional e psicossomático
INFARTO FEMININO: o coração das mulheres precisa de mais atenção
Os sintomas de doenças cardiovasculares nas mulheres podem ser resumidos a uma dor mais genérica e de difícil diagnóstico, o que faz com que muitas nem sequer procurem ajuda médica ou não sejam tratadas corretamente.
É preciso atenção aos sintomas do infarto feminino, que são geralmente diferentes da clássica dor no peito relatada por homens, como náuseas, vômitos, dor nas costas e no pescoço, falta de ar e indigestão.
"Nos indivíduos que infartaram, a porcentagem de ser recorrente é de 17% para homens e 21% para mulheres, e são as jovens que necessitam da nossa atenção", destacou a professora Roxana Mehran, diretora de pesquisa cardiovascular intervencionista e ensaios clínicos do Zena and Michael A. Weiner Cardiovascular Institute, durante o 3º Simpósio Mulheres do Coração, realizado pela SBC e pelo American College of Cardiology (ACC).
Ele ressalta que é necessário começar a reconhecer todos os fatores de risco de infarto feminino.
"Precisamos aumentar a conscientização sobre a falta de saúde cardiovascular para as mulheres indígenas e afrodescendentes. Temos que lhes dar acesso aos cuidados de saúde, à educação e grande atenção àquelas com doença de Chagas e doença arterial coronariana", reiterou Roxana.