A Polícia Civil de Pernambuco deflagrou, na manhã desta sexta-feira (19), uma operação de repressão qualificada contra uma milícia que atua no Grande Recife.
As investigações foram iniciadas em agosto de 2021 com o objetivo de identificar os integrantes do grupo criminoso, que é especializado em tráfico de drogas e concussão (crime praticado por agente público que se utiliza do cargo para exigir vantagem indevida).
Há policiais militares envolvidos na organização criminosa, por isso o caso, sob sigilo, está sob acompanhamento da Vara da Justiça Militar Estadual.
A Operação Militia (que, na tradução, significa milícia) é coordenada pelo Grupo de Operações Especiais (GOE), unidade especializada que integra o Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
Estão sendo cumpridos quatro mandados de busca e apreensão domiciliar no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, além de outras medidas cautelares de efeito administrativo.
As apreensão estão sendo encaminhadas à sede do GOE, no bairro do Cordeiro, Zona Oeste da capital pernambucana.
A Polícia Civil, no entanto, ainda não deu detalhes de como o grupo criminoso agia e quais medidas cautelares estão sendo aplicadas.
Na operação, estão sendo empregados 50 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães.
As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil e pelo Laboratório de Lavagem de Dinheiro, contando ainda com o apoio da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social.
Uma operação deflagrada pela Polícia Federal, em 12 de abril deste ano, também prendeu policiais militares e civis suspeitos de integrar um grupo de milícia que atuava no interior de Pernambuco.
De acordo com as investigações, o grupo tem "características típicas de grupo de extermínio", é especializado em crimes violentos contra a vida e atua principalmente nos municípios de Salgueiro, Serra Talhada, Ouricuri e Parnamirim, no Sertão do Estado.
As investigações da Polícia Federal apontaram que a milícia emprestava dinheiro e depois ameaçava as pessoas de morte que estavam devendo. Além disso, atuavam com segurança clandestina ameaçando comerciantes que não pagavam uma determinada taxa.
Policiais da Paraíba e do Ceará, que também foram presos na operação, seriam os responsáveis por se deslocar ao Sertão de Pernambuco para efetuar os crimes.
A operação foi denominada de Metástase em analogia à capacidade de espalhamento do câncer por outros órgãos do organismo humano.
O grupo responde pelos crimes de associação para constituição de milícia privada; homicídio; agiotagem; extorsão e segurança privada ilegal e jogos de azar. As penas ultrapassam os 40 anos de reclusão.