Apesar de dois meses consecutivos de queda nos números - em maio e junho -, Pernambuco fechou o primeiro semestre de 2024 com aumento das mortes violentas intencionais. De acordo com balanço divulgado pela Secretaria de Defesa Social (SDS), 1.825 pessoas perderam a vida. Houve aumento de 1,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando 1.792 casos foram somados.
A Região Metropolitana do Recife (RMR) vive a situação mais crítica - impulsionada pela violência na capital e em municípios como Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, onde há intensa guerra entre grupos criminosos especializados no tráfico de drogas pelo domínio de territórios.
Para se ter uma ideia, o Cabo saltou de 60 mortes no primeiro semestre do ano passado para 93 entre janeiro e junho de 2024. O aumento foi de 55%. No Recife, os números subiram de 292 (em 2023) para 353 (2024). Crescimento de 20,8%.
Nas mortes violentas intencionais, estão incluídos os homicídios, latrocínios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de ações policiais.
A meta do programa Juntos pela Segurança, lançado pela governadora Raquel Lyra em novembro do ano passado, é reduzir em 30% o número de mortes violentas intencionais até o final de 2026, tendo como base os números contabilizados em 2022 - ano anterior ao início da gestão dela.
MORTES NO INTERIOR
Ao analisar os números das regiões do interior de Pernambuco, observa-se que houve uma redução de mortes violentas um pouco mais próximo da meta na Zona da Mata.
No primeiro semestre deste ano, 269 pessoas foram mortas. Queda de 24,5% em relação ao mesmo período de 2023, quando 356 vidas foram perdidas para a violência.
No Agreste também houve redução, mas de apenas 2,6%. De janeiro a junho deste ano, 388 mortas foram somadas. Dez a menos do que em 2023.
Já no Sertão, houve aumento nos números. Os assassinatos subiram de 236 (em 2023) para 245, no primeiro semestre deste ano. Variação de 3,8%.
OPERAÇÕES E ISOLAMENTO DE LÍDERES DE FACÇÕES
Na tentativa de reduzir a violência, a SDS diz que tem aumentado o número de operações de repressão qualificada, com o objetivo de desarticular organizações criminosas e cumprir mandados de prisão contra os integrantes delas.
Entre 1º de janeiro e 5 de julho deste ano, 35 operações foram realizadas. A mais recente foi contra um grupo especializado em furtos e venda de combustíveis adulterados. Na ocasião, um comissário da Delegacia do Cabo de Santo Agostinho e um empresário foram presos.
Além disso, a pasta estadual alega que tem ampliado o isolamento de líderes de facções que estão no sistema prisional pernambucano, evitando que ordens de crimes continuem sendo dadas para criminosos que estão em liberdade.