Tendência em destinos turísticos do mundo que já começaram a sair da quarentena, Porto de Galinhas, no Litoral Sul de Pernambuco, lançará na próxima semana um Manual de Boas Práticas de Atendimento, Higiene e Segurança para a retomada do turismo na região após o controle da pandemia do novo coronavírus.
A expectativa é que os hotéis, pousadas e restaurantes possam ser reabertos entre julho e agosto deste ano, adotando uma série de requisitos que visam ao bem-estar de funcionários e visitantes, segundo a diretora executiva de Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau, Brenda Silveira.
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O documento prevê o retorno das atividades em duas fases: retomada parcial e abertura total. Nas primeiras quatro a seis semanas, os estabelecimentos deverão operar com 50% da capacidade.
Somente em um segundo momento é que o funcionamento normal será restabelecido em todos os empreendimentos. Ainda assim, com mudanças significativas, como a priorização do check in online. "É uma tecnologia que já existe no mercado, mas que agora é mais urgente adotar pela segurança e para evitar filas", pondera a executiva, admitindo que a crise provocada pela covid-19 tem acelerado inúmeras transformações no setor.
O manual é uma das principais ações do Comitê Gestor de Qualidade, criado há cerca de 20 dias pela Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas (AHPG) e que também conta com profissionais de hospedagem, operações, alimentos e bebidas, governança e segurança do trabalho, além da vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Hotelaria e Turismo (PPHTUR) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Viviane Salazar.
Na última reunião, realizada esta semana, o Comitê teve a participação da infectologista Heloísa Ramos Lacerda, médica dos hospitais Oswaldo Cruz e Esperança e professora da Universidade de Pernambuco (UPE), que contribuiu com esclarecimentos específicos para a operação segura da hotelaria e empresas de alimentação.
De acordo com o presidente da AHPG, Massimo Pellitteri, a Associação decidiu se antecipar para atender às necessidades dos visitantes no contexto do pós-pandemia, preparando os hotéis para restabelecer as operações rapidamente assim que os órgãos oficiais autorizarem a abertura. "Dessa forma, damos mais tranquilidade para os hóspedes do nosso destino”, afirma. "E também já começamos a treinar os colaboradores", completa Brenda.
A AHPG diz que o manual estará disponível para ser adotado por estabelecimentos de todo o Estado.
Entre os investimentos que estão sendo realizados, Brenda Silveira destaca a instalação de pias em mais espaços dos hotéis. "Estamos reforçando a importância de lavar as mãos constantemente e vamos manter boa parte do pessoal administrativo ainda em home office, além daqueles do grupo de risco."
Até o dia 22 de abril, pelo menos 40% dos funcionários da hotelaria haviam sido demitidos no destino. Até antes da pandemia, estimava-se em 15 mil o número geral de trabalhadores formais na atividade e até 40 mil pessoas dependentes do turismo na região.
Brenda garante, no entanto, que boa parte da mão de obra formal deve ser recontratada ainda este ano, quando o mercado voltar a ficar aquecido. Na perspectiva mais otimista, a previsão é que isso ocorra já a partir de setembro. "Começamos a receber um número de consultas razoável e soubemos que, pela operadora CVC , Porto foi o destino que teve mais remarcações e menos cancelamentos em todo o Brasil. Estamos confiantes de que as pessoas vão buscar mais sol e mar neste momento", anima-se.
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No município de Ipojuca, onde está localizada Porto de Galinhas, o último boletim sobre o novo coronavírus, divulgado às 17h do dia 7 de maio, aponta que o município tem 41 casos confirmados de contaminação, 5 mortes, 22 recuperados e 39 em investigação com isolamento.
Atualmente, o destino conta com 16 grandes hotéis, 230 pousadas e 120 restaurantes. Os empreendimentos associados à AHPG são os hotéis Armação Resort, Kembali, Hotel Solar, Marulhos Resort, Marupiara Resort, Porto de Galinhas Praia Hotel, Vivá Resort, Hotel Village, Nannai Resort & Spa e Serrambi Resort.