Conteúdo atualizado às 21h15 do dia 16 de junho de 2020
De um lado, a necessidade de conquistar a confiança dos hóspedes em tempos de convivência com a covid-19. Do outro, a experiência em higienização e controle de infecções. Unindo as duas pontas, o conhecimento sobre as tendências internacionais e as particularidades do mercado local. Do trabalho conjunto para garantir uma experiência tranquila ao turista, resultou o Manual de Boas Práticas de Atendimento, Higiene e Segurança, criado pela Associação dos Hotéis de Porto de Galinhas (AHPG) em parceria com o Real Hospital Português (RHP) e o Departamento de Hotelaria e Turismo da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
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O documento detalha em 20 páginas as novas medidas de prevenção que serão adotadas pelos dez meios de hospedagem ligados à AHPG . A implantação ocorre em duas fases e inclui procedimentos desde a chegada do hóspede ao hotel até o leiaute dos apartamentos, cuidados em lavanderia, áreas comuns e capacitação de funcionários, entre diversos outros itens. Na primeira etapa, está prevista a retomada parcial das operações, com ocupação de até 50%, para permitir uma melhor distribuição dos quartos ocupados e o revezamento de andares e até de blocos inteiros. A estimativa é que esse estágio se estenda por três meses, entre julho e setembro. Só em um segundo momento, com a autorização dos governos estadual e municipal, o funcionamento voltará à capacidade plena.
Junto com as recomendações, a principal novidade será a linha direta inédita entre os hotéis e o Hospital Português para triagem e socorro em caso de qualquer urgência. "Teremos um concierge no RHP durante 24 horas, para atender não só suspeitas relacionadas à covid-19 quanto de qualquer especialidade médica. Em paralelo, há o treinamento dos gestores para saberem agir em cada tipo de ocorrência e fazerem o encaminhamento de acordo com a gravidade", explica a diretora executiva de Porto de Galinhas Convention & Visitors Bureau (PGCVB), Brenda Silveira.
Para o Hospital Português, o maior ganho com a parceria é institucional, uma vez que o hospital será indicado como referência a turistas de todo o País. "Por causa da nossa grande estrutura, temos condições de receber pacientes de forma isolada daqueles contaminados pelo novo coronavírus", ressalta a superintendente executiva do RHP, Jaquelinne Lira.
O lançamento do Manual de Boas Práticas precede a retomada das atividades nos grandes hotéis de Porto de Galinhas associados à AHPG, que decidiram marcar as datas de reabertura mesmo sem a definição do governo do Estado sobre a liberação das praias. A expectativa é que o anúncio ocorra ainda esta semana. "Com a flexibilização dos governos em todo o Brasil, resolvemos que seria o momento de reabrirmos, prezando, claro, pelo bem-estar dos hóspedes e também dos colaboradores”, comenta o presidente da instituição, Massimo Pellitteri.
Ainda em junho, volta a operar o Marulhos Resort, no dia 26. Em 1º de julho, é a vez do Kembali e do Armação Resort, enquanto Vivá Porto de Galinhas, Solar Porto de Galinhas e Village retornam no dia 31 de julho. O Serrambi Resort também retomará em julho, mas ainda não divulgou a data. Em agosto, reabrirão o Nannai Resort & Spa, no dia 10, e o Marupiara, ainda sem data. O Porto de Galinhas Praia Hotel voltará no dia 1º de setembro. Embora não seja associado à AHPG, o Summerville, do Grupo Pontes Hotéis, é outro que havia anunciado o retorno, para o dia 9 de julho.
A Prefeitura de Ipojuca também prepara um manual mais abrangente, que contempla outros segmentos do turismo, como agências, restaurantes, barracas, jangadas, bugres e lojas, entre outros. A previsão é que o lançamento ocorra entre esta quarta (17) e quinta-feiras (18). A fiscalização do cumprimento das normas, informa a gestão, se dará por meio da Secretaria de Meio Ambiente e Controle Urbano, com a Secretaria de Saúde (através da Vigilância Sanitária) e a Guarda Municipal.
Atualmente, Porto de Galinhas conta com 17 hotéis, cerca de 250 pousadas, 405 bugueiros, 357 taxistas, 120 jangadeiros, 1.500 vendedores de praia e 120 restaurantes. Segundo a administração municipal, 25 mil pessoas dependem direta ou indiretamente da atividade turística no município, sendo que pelo menos 40% dos trabalhadores formais foram demitidos durante a pandemia.
Do sucesso de uma retomada segura e responsável depende a recuperação dos empregos e do setor em geral.