Depois de quase quatro meses fechadas ao turismo, as piscinas naturais de Maragogi, no Litoral Norte de Alagoas, voltaram a receber visitantes nesta sexta-feira (17).
O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) liberou a atividade turística em toda a Área de Proteção Ambiental (APA) Costa dos Corais, que tem 120 km de extensão, entre os municípios de Tamandaré, no Litoral Sul de Pernambuco, e Maceió. O órgão havia interrompido o turismo nas áreas protegidas desde o dia 22 de março, como medida para conter a propagação do novo coronavírus.
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A reabertura agora deve obedecer ao protocolos sanitários de ambos os Estados e de cada município da região.
No caso de Maragogi, um dos principais destinos do Nordeste brasileiro, a capacidade de turistas será reduzida à metade. Dos 1.500 que faziam os passeios às galés, só 750 podem circular diariamente.
Para manter o controle, as embarcações passaram a contar com limite de passageiros: 30 para catamarãs, seis para lanchas e oito para escunas. É preciso respeitar, ainda, os distanciamento mínimo de dois metros entre as pessoas, além de disponibilizar álcool em gel e exigir o uso de máscaras sempre que o turista estiver fora da água.
As operadoras de mergulho também foram autorizadas a voltar a oferecer passeios, mas só poderão utilizar cada cilindro de oxigênio uma vez por dia, para que haja tempo hábil de fazer a higienização da maneira adequada.
Do lado pernambucano da Costa dos Corais, ainda não há decretos do Estado nem dos municípios liberando as atividades náuticas.
Desde o dia 6 de julho, estão abertas as seis praias de Tamandaré, da Boca da Barra até Carneiros, além das faixas de areia de Rio Formoso (Praia da Pedra e Praia do Reduto). No entanto, apenas atividades ao ar livre e banho de mar estão permitidos por enquanto. Já em Sirinhaém é possível caminhada na orla, mas o mergulho, comércio e passeios náuticos continuam proibidos. Em São José da Coroa Grande, a reabertura ocorre nesta segunda (20/7), enquanto em Barreiros ainda não há previsão.
Continuam sendo obrigatórios o uso de máscaras, manutenção do distanciamento social e disponibilização de álcool 70% nos estabelecimentos.
Os banhistas devem ficar atentos à proibição de levar utensílios como cadeiras, guarda-sol e cooler para a faixa de areia. Em outros municípios da Região Metropolitana do Recife, onde a reabertura já está em curso, o protocolo é semelhante.
Trazer de volta o público fiel e conquistar novos turistas com base em um sentimento de segurança sanitária é o objetivo do selo Turismo Ambiente Seguro, que faz parte do protocolo de prevenção à covid-19 lançado no dia 7 de julho pelo Consórcio Intermunicipal Portal da Mata Sul.
As ações foram construídas em conjunto pelos Núcleos de Saúde e do Turismo das cidades de Barreiros, Rio Formoso, São José da Coroa Grande, Sirinhaém e Tamandaré, que compõem a Região Turística Histórica dos Arrecifes e Manguezais.
Por isso, a ideia do protocolo é treinar pessoal e preparar os destinos para o momento em que a atividade turística puder ser retomada de forma segura. "O plano como um todo é pensado para proteger turistas, veranistas, trabalhadores e todos os demais envolvidos com o setor", diz a turismóloga Ana Cristina Morais.
O documento contempla uma série de orientações de boas práticas e medidas de biossegurança voltados para toda a cadeia do turismo, que inclui desde os atrativos, hotéis e pousadas, restaurantes, lanchonetes e barracas de praia, além de transportes, feiras livres, comércio, ambulantes, marinas e empresas de eventos, entre outros.
Como outras iniciativas já em vigor no Brasil e no mundo, o selo Turismo Ambiente Seguro será afixado nos estabelecimentos turísticos para que os visitantes possam avaliá-los a partir de um QR Code. "Através dele, também será possível obter informações complementares com orientações de prevenção à covid-19", detalha Ana Cristina. Para receber a chancela, pousadeiros, barraqueiros, ambulantes, bugueiros, mototaxistas, comerciantes em geral e os demais profissionais da cadeia produtiva do turismo passarão por capacitações online, focadas em biossegurança. Em princípio, no entanto, não haverá uma fiscalização posterior para averiguar o cumprimento das medidas. O fiscal será o próprio turista.