Mais um feriado se aproxima e com ele a perspectiva de lotação dos principais destinos turísticos de Pernambuco. Com todos os atrativos em funcionamento, de Norte a Sul do Litoral e também no interior, muitos meios de hospedagem já registram ocupação de 100% para o 12 de Outubro, Dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, e quando se comemora o Dia das Crianças. O índice considera a capacidade reduzida a 60% em que a maioria está operando, para tentar manter o necessário distanciamento social entre os hóspedes, segundo a seção local da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PE).
Além dos próprios pernambucanos, que respondem por 40% das reservas, o público de São Paulo e de outros Estados do Sudeste e Sul do País começa a crescer, sobretudo em Porto de Galinhas. No Marupiara by GJP, por exemplo, as diárias estão esgotadas para o próximo fim de semana, com 20% de clientes paulistas. O cenário se repete nos outros grandes equipamentos, de acordo com a Associação de Hotéis e Pousadas do balneário.
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O impulso vem do aumento da malha aérea. Azul, Gol e Latam anunciaram ampliação do número de voos no mês de outubro em Pernambuco, que passará a contar com 59% das frequências pré-pandemia. No feriadão especificamente, somente pela Azul, que mantém hub no Aeroporto do Recife, serão 38 voos extras, incluindo frequências para Fortaleza, Maceió, Natal, Aracaju, Teresina, Campina Grande (PB), Brasília, Salvador, Congonhas (SP) e Rio de Janeiro. Em muitas rotas, a ocupação já ultrapassa os 80%.
Pela Gol, serão 34 voos extras desta quarta-feira (7) até o dia 19 em rotas para Brasília, Congonhas (SP), Guarulhos (SP) e Galeão (RJ).
Da mesma forma, a busca por pacotes também tem crescido, especialmente para locais em que os turistas conseguem chegar em carro próprio. É o que diz a diretora da WM Tours e da Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav), Fátima Bezerra, ressaltando destinos como Gravatá, Bonito e Triunfo.
A alta procura contribui para minimizar as perdas de R$ 6 bilhões que se acumulam entre março e setembro no Estado, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em contrapartida, acende um alerta: é preciso evitar as aglomerações e garantir o cumprimento das medidas de segurança sanitária, sob pena de trilharmos o mesmo caminho de cidades norte-americanas e europeias, como Madri, que enfrenta uma segunda onda de contaminação e um novo lockdown.
Infectologistas consultados pela coluna fazem questão de lembrar que a "pandemia não acabou", apesar de os números oficiais apontarem estabilização ou queda da curva de contaminação.
O epidemiologista, pesquisador da Fiocruz e docente da Faculdade de Medicina da UFPE Rafael Moreira reforça o coro. Segundo ele, o fato de não ter ocorrido aumento de casos após o desrespeito às normas verificado no 7 de Setembro não significa que já se pode "baixar a guarda". "Há uma falsa sensação de controle porque não há UTI lotada, Samu demandado ou cemitério abrindo novas covas, mas a doença continua sem vacina e não há certeza sobre os fatores que evitaram o repique. Ele ainda pode vir a qualquer tempo, se não seguirmos os protocolos."
Por isso, mais do que nunca, é essencial colocar a segurança coletiva acima da satisfação individual, no sentido de assegurar uma retomada sustentável do turismo e de toda a atividade econômica sem recuos indesejados e de consequências catastróficas.