O maestro e compositor Ademir Souza Araújo, conhecido como maestro Formiga, foi homenageado em uma sessão solene da Câmara Municipal do Recife nesta terça-feira (9), não por acaso no Dia do Frevo. A homenagem se dá em reconhecimento a sua posição de "referência de máxima relevância para a cultura pernambucana" através do seu trabalho "que vai do popular ao erudito, passando pela ópera e pelos frevos", conforme diz a justificativa do requerimento para realizar a sessão, de autoria da vereadora Liana Cirne (PT).
Nascido em Recife em 1942, o Maestro Formiga foi regente da Banda Musical da Escola Industrial Agamenon Magalhães e depois estudou no Conservatório Pernambucano de Música, a quem o maestro estendeu a homenagem durante a sessão.
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"Artista costumeiramente premiado em diversos concursos estaduais e nacionais, assumiu na década de 1970 a direção da Banda Municipal do Recife. Na década de 1980, participou da criação da histórica Frevioca, animando as ruas da nossa Cidade durante o Carnaval. Maestro Formiga realizou parcerias com a Orquestra Popular do Recife (PE), Nação Zumbi (PE), Grupo Camerata Brasileira (RS), a Barca (SP), entre outros grupos culturais" diz outro trecho da justificativa.
A trajetória do Maestro Formiga é marcada pela composição de frevos, obras clássicas e até mesmo uma época inspirada no sino do antigo prédio do Jornal Diario de Pernambuco, localizado na área central do Recife, chamada "Grande Abertura do Sino do Diário de Pernambuco".
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Discurso
No seu discurso durante a sessão solene, o Maestro Formiga definiu-se como "um homem simples que participou de várias iniciativas". Ele também pediu que os vereadores discutam sobre a possibilidade da Banda Municipal retornar as suas atividades.
"Em muitas ocasiões, a gente passou o livro de ouro para custear despesas da banda, para ela não parar. Hoje o Frevo está afundando e eu gostaria de dar algumas sugestões que sirvam de reflexão. O frevo não tem ideologia e por isso todos gostam", disse o maestro.
Formiga também defendeu o ensino do frevo nas escolas por meio de uma disciplina na grade curricular. "Em Brasília, dei oficinas com grupos locais, sugeri a criação de uma Orquestra de Frevo Nacional que teria espécie de consulado, que funcionariam como locais onde se tocaria o frevo".