Em 2021, a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) assistiu a um salto de 192% nas vendas de livros e periódicos (jornal literário "Pernambuco" e revista "Continente") em relação ao ano anterior. Foram 44307 unidades comercializadas no período. A editora divulgou um balanço do ano nesta quinta-feira (30), mostrando um cenário positivo para a sociedade de economia mista, criada em 1967 para publicar o Diário Oficial do Estado de Pernambuco, após a fase mais aguda da pandemia.
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Com a ampliação do número de pessoas vacinadas, a empresa pôde retomar os eventos presenciais a partir da 3ª Feira da Literatura Infantil (Flitin) e da 1ª Feira Literária de Goiana (Fligo), que receberam 5 mil e 18 mil pessoas, respectivamente. Para 2022, o Circuito Cepe de Cultura prevê a realização de 11 feiras literárias presenciais em todas as regiões do Estado.
"Tivemos um ano difícil em 2021, em função da retração da atividade econômica, que também provocou retração no mercado editorial", afirma o jornalista e presidente da Cepe, Ricardo Leitão. "Mas a Cepe superou esse desafio, manteve sua produção editorial com lançamentos de títulos e está pronta para, em 2022, voltar ao mercado de maneira mais ampla, cumprindo uma de suas missões institucionais, que é de fomento à leitura e ao livro"
Prêmios
As novas edições dos prêmios nacionais promovidos pela Cepe preservaram a editora como um dos estimuladores de cultura, abrindo portas para autores iniciantes e evidenciando o trabalho de escritores já consagrados. Foram 2.515 obras inscritas no 6º Prêmio Cepe Nacional de Literatura e no 3º Prêmio Cepe Nacional de Literatura Infantojuvenil vindas de todas as regiões do país e do exterior. O número de obras bateu recorde de inscritos.
No primeiro semestre de 2022 serão lançadas as obras vencedoras das premiações: "Extremo Oeste" (Romance), do paranaense Paulo Marcelo; "Motivos para cavar a terra" (Poesia), da paulista Lilian Sais; "Teresa decide falar" (Contos), da maranhense Lindevania Martins; "O Encontro de Mário" (Infantil), da carioca "Marcia Cristina Silva e Achados e perdidos", do mineiro Lucas Rafael Nolli Duarte.
"Em tempos difíceis, sabemos que a leitura e a literatura, mais do que nunca, podem ser importantes para a resistência, a reflexão e a imaginação", afirma o jornalista e editor da Cepe, Diogo Guedes. "Ao longo do ano, continuamos a publicar livros dos mais diversos gêneros, indo da ficção e da poesia aos ensaios, à história, à fotografia e às artes."
Destaques do ano
Entre os títulos lançados em 2021, o editor destaca obras que discutem a realidade recente brasileira a partir da literatura, como "Viagem ao País do Futuro", da jornalista portuguesa Isabel Lucas. Num projeto do Selo Pernambuco, Isabel escreveu 12 ensaios-reportagem, impressos mês a mês no jornal literário da Cepe e no jornal português O Público, posteriormente reunidos no livro. Ele também cita a publicação O conto não existe, que reúne entrevistas e ensaios do escritor Sérgio Sant’Anna, uma das primeiras vítimas da Covid-19 no campo literário.
Obras publicadas em 2020 ficaram entre os finalistas de premiações nacionais: "A importância dos Telhados", de Vanessa Molnar, e "Opulência", de Luiz Krausz, no Prêmio Oceanos; "A história da eternidade", de Camilo Cavalcante, e "O dia em que fui Santa Joana dos Matadouros", de Jussara Salazar, na 63ª edição do Jabuti.