A classe artística foi bem prejudicada na pandemia. Os músicos, em especial, fazem parte de uma categoria que perdeu 90% das suas rendas no período. Como uma forma de salvaguardar artistas e grupos musicais que trabalham no Carnaval, principal festa popular do Estado, o Governo de Pernambuco fará um investimento de R$ 6,3 milhões em auxílios para a classe. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa com os secretários de saúde, cultura e turismo do Estado. Ao todo, 750 pessoas e agremiações serão atendidas diretamente com os recursos.
Com o auxílio não há a necessidade de apresentações musicais, como em outros editais publicados pelo Estado. Segundo as entidades envolvidas, os benefícios contemplarão artistas ligados à cultura popular como cantores, cantoras, orquestras, blocos, troças, maracatus, tribos, caboclinhos, clubes de máscaras, cirandas, afoxés, ursos, escolas de samba, blocos líricos, clube de alegorias e clube de bonecos, bem como outros gêneros artísticos.
O valor deste ano é mais do que o dobro investido no ano passado, quando foram destinados R$ 3 milhões para contemplar 494 artistas ou grupos culturais. Em 2022,o edital prevê um piso de R$ 3 mil e um teto de R$ 30 mil para cada beneficiado, que serão pagos em parcela única. Durante a coletiva, o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto explicou que, apesar do benefício de até 750 artistas e grupos diretamente, há toda uma cadeia criativa beneficiada.
"Vale destacar que o valor mínimo do Auxílio, como em 2021, será de R$ 3 mil reais, e o valor máximo, o teto, será de 30 mil reais. Ou seja, o dobro do que foi praticado no Auxílio Emergencial do Carnaval de 2021. Além disso, muitos grupos que se apresentaram no Carnaval de Pernambuco possuem cachês inferiores a R$ 3 mil. Esse piso mínimo é uma forma de fortalecer e valorizar o trabalho desses artistas, que também estarão isentos de apresentarem alguma contrapartida e poderão fazer o melhor uso do recurso”, destacou Marcelo Canuto.
Durante a coletiva, os secretários afirmaram que a iniciativa ficou a cargo da Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE), Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), Secretaria de Turismo e Lazer (Setur-PE) e Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur).
Inscrições
Cultura Popular, Dança e Música serão as três categorias propostas nas inscrições. Vale salientar que, nesta última categoria, ela será voltada aos artistas e grupos da tradição carnavalesca, mas não ficará restrita aos gêneros tradicionais da cultura popular. Ela também agrega ritmos como MPB, axé, brega, e pop, entre outros, desde os músicos que tenham participado de um dos últimos três carnavais realizados pelo Governo de Pernambuco.
Aprovação
"Acreditamos que entre 40 e 50 dias será o lançamento e o pagamento do auxílio. É um gesto importante, houve um incremento grande, ampliando bastante, protegendo e fomentando a dificuldade que todos os artistas estão passando", disse o presidente da Fundarpe, Marcelo Canuto.
Ele explicou que o governador Paulo Câmara deve enviar os investimentos em formato de Projeto de Lei, sujeito à aprovação na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). A casa legislativa ainda está de recesso, mas o Governo deve levar a proposição assim que houver o retorno. Assim que for aprovado, o projeto deve ser sancionado e no dia seguinte haverá a publicação do edital.
"Vários grupos, artistas e agremiações têm o Carnaval como uma importante fonte de renda. O auxílio chega num momento bastante oportuno e é uma forma de incentivar os brincantes e artistas a não abandonarem sua tradição e seu trabalho", explicou o secretário de Cultura, Gilberto Freyre Neto.
Prefeitura do Recife
Além do Governo do Estado, os artistas do ciclo carnavalesco contam com os auxílios do Recife e Olinda, principais polos da festa pernambucana. Na Capital Pernambucana, haverá o programa Recife AMA Carnaval, em substituição ao auxílio que a gestão municipal já havia pago ano passado nas festas carnavalescas e juninas.
A iniciativa prevê a aplicação de R$ 10 milhões, contemplando coletivos como agremiações e atrações artísticas que participaram do Carnaval recifense em 2019 e/ou 2020. Diferente de 2020, o qual as atrações tinham um limite de R$ 10 mil, elas terão direito a 100% da subvenção ou cachê (valor unitário) recebido pela sua participação na programação.
Auxílio em Olinda
Com o cancelamento do Carnaval, a prefeitura de Olinda promete pagar um auxílio a ambulantes, entidades, grupos e artistas que representam a cultura popular. A gestão também anunciou a destinação de investimentos para incentivar a realização de eventos culturais na cidade, indo desde festivais a editais para projetos culturais na cidade. O aporte inicialmente deve girar em torno dos R$ 3 milhões.