A influência que o TikTok vem exercendo na indústria da música não para de crescer. As músicas que viralizam no aplicativos de vídeos rápidos logo crescem nas paradas e entram nos repertórios dos mais variados eventos. Anitta, que há anos vem investindo na carreira internacional, alcançou o quinto lugar do Spotify Global, feito inédito por um brasileiro, muito por conta dessa rede.
Eis que a relevância do aplicativo ganhou um novo episódio neste mês, com a criação do SoundOn, uma plataforma de marketing, promoção e distribuição de música da ByteDance, empresa dona do TikTok. Assim, a marca deixa apenas de ser uma rede social que trabalha com a inserção de músicas para se tornar um concorrente direta no ascendente ramo da música digital.
Assim, o TikTok capitaliza ainda mais o seu potencial na indústria musical. É algo semelhante ao que ocorreu com o Facebook (atual Meta) com a publicidade, que parecia um paraíso para marcas e influenciadores no começo, mas logo começou a apresentar uma complexa estrutura de marketing.
No caso das redes da Meta, isso envolveu uma expressiva queda de alcance, a fim de que os usuários pagassem por anúncios. Os criadores de conteúdo do TikTok, aplicativo cujo maior trunfo é justamente uma maior democratização do alcance, esperam que algo semelhante não ocorra.
Acordo com o Ecad
No Brasil, o TikTok já havia dado um passo importante para a sua institucionalização na indústria da música ao firmar um contrato com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) para o pagamento de direitos autorais.
A iniciativa garantiu uma nova fonte de receita para compositores, editoras musicais e artistas. Este acordo inclui ainda o pagamento retroativo pelo uso de músicas na plataforma, estabelecendo uma parceria para o futuro.
O Ecad e o TikTok não divulgaram a porcentagem estabelecida na negociação. Apesar disso, a média do mercado é que 12% das receitas das plataformas sejam destinadas aos direitos autorais, segundo informações do Ecad e da UBC. Deste percentual, 9% são repassados para compositores e editores musicais, enquanto 3% vão para o Ecad.