O cantor Paulo Diniz, que faleceu nesta quarta-feira (22) de causas naturais, poderia ter visto as últimas homenagens ao seu trabalho em vida. Nos últimos anos, o produtor Saulo Aleixo inscreveu dois projetos para o artista em editais de incentivo, mais especificamente os editais da Lei Aldir Blanc do Governo de Pernambuco e da Prefeitura do Recife
Saulo Aleixo vinha cuidando das redes sociais de Paulo Diniz, além de produzir um disco de Cristina Amaral com canções do pernambucano - que também não foi aprovado pelo Funcultura, do Governo do Estado.
Na Lei Aldir Blanc do Estado, Saulo diz ter inscrito um projeto para finalizar um EP com novas canções. Apesar de estar afastado dos palcos desde 2016, Paulo nunca deixou de compor. Em 2019, ele chegou a voltar ao estúdio para gravar uma canção que seria lançada como single, o que não veio a ocorrer.
Já na Lei Aldir Blanc da Prefeitura, foi inscrito um projeto como festival. "Seria um festival para novos talentos. Iríamos fazer uma seleção de pessoas anônimas que cantam. Elas iriam gravar canções com novas roupagens", diz Saulo Aleixo.
A Lei Aldir Blanc foi um edital emergencial aprovado pelo Congresso nacional para ajudar artistas durante o período da pandemia.
"Queríamos exaltá-lo cada vez mais, em vida. Fazer com que as pessoas não esquecessem da música dele. Queríamos ter dado essa alegria em vida, concluindo um projeto que ele já vinha compondo", lamentar o produtor.
Paulo Diniz morreu aos 82 anos
Paulo Diniz faleceu em sua casa, por volta das 7h, por causas naturais. O velório e enterro serão realizados nesta quinta-feira (23), no Recife, e devem ser reservados à família e aos amigos. Ele deixa esposa, filha, duas enteadas, três netos e dois bisnetos.
Nascido em Pesqueira, em Pernambuco, Paulo Diniz foi um nome de destaque da MPB entre os anos 1960 e 1980, sendo autor de sucessos como "Canoeiro", "Um Chopp pra Distrair", "Ponha um arco íris na sua moringa" e "Quero Voltar Pra Bahia". Chegou a ser um dos maiores vendedores de discos no começo dos anos 1970.
Paulo Diniz passou os últimos anos da vida morando em Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Não fazia mais shows, mas continuava compondo. Nos últimos tempos, esteve internado para realizar hemodiálises.