Com o início do verão e a chegada das tão aguardadas festas de fim de ano, tem se confirmado a expectativa de aumento do número de visitantes em hotéis e pousadas em Pernambuco. Mesmo diante da pandemia do novo coronavírus, que fez o governo estadual proibir festas de final de ano e prefeituras cancelarem a tradicional queima de fogos na virada do ano, ainda há turistas chegando ao Estado, o que fez a taxa média de ocupação da rede hoteleira pernambucana para o Natal ficar em torno de 67%, com permanência média de três dias. Já para o Réveillon, os números são mais animadores, e o setor espera atingir a marca de 80,6% de ocupação, também com média de permanência de três dias.
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Entre os destinos que se sobressaem para a hora da virada estão Porto de Galinhas, que apresenta índice acima dos 81%, Fernando de Noronha, com 74%, e a capital pernambucana, com 79%. Segundo levantamento da Unidade de Estudos e Pesquisas da Empresa Pernambucana de Turismo (Empetur), destinos como Bezerros, Bonito e Itamaracá já estão com 100% da ocupação.
Se comparado com o mesmo período de 2019, o fim de 2020 traz consigo uma queda de, ao menos, 17 pontos percentuais no índice de ocupação média da rede hoteleira em Pernambuco. Apesar disso, o setor tem comemorado os resultados. “É um número relevante levando em consideração que em maio, junho 90% dos hotéis do Estado estavam fechados e os 10% que estavam funcionando tinham apenas 5% de ocupação. Hoje, estamos falando de algo em torno de 70% ou 75%, se fizermos uma média entre Natal e Ano Novo”, conta o presidente da seção pernambucana da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-PE), Eduardo Cavalcanti. “Porto de Galinhas, inclusive, deve ser ainda maior que isso”, emenda.
De acordo com Eduardo, mesmo com tantos hóspedes, os empreendimentos têm se preparado e seguido os protocolos sanitários para garantir mais segurança aos clientes e funcionários e, consequentemente, atrair mais pessoas que procuram por lazer sem correr riscos neste verão.
“Nossos protocolos têm sido mais rígidos que os do próprio governo. Estamos fazendo de tudo para respeitar as normas. A gente precisa que não só Pernambuco tenha uma redução nos casos, mas também outros estados que enviam turistas para cá, porque se o número aumentar, as pessoas deixam de viajar”, diz Eduardo. “Temos que ter cautela porque isso muda muito, mas a perspectiva em relação ao verão é boa. Não será possível ter um verão similar ao de 2020, mas projetamos uma ocupação por volta de 70%”, explica.
Para que o verão traga bons retornos para o setor, tanto empresários como o Governo do Estado sabem que é preciso que os turistas se sintam seguros quanto à covid-19. Para isso, 12 protocolos de segurança estão sendo seguidos e a Secretaria de Turismo de Pernambuco (Setur-PE) e Empetur lançaram o Selo Turismo Seguro. “A gente entende como imprescindível ter um selo de Pernambuco, que possa emprestar credibilidade ao protocolo e segurança aos visitantes, para que eles estejam sabendo que aqui no estado existem protocolos rígidos que são fiscalizados pelos órgãos públicos”, disse o secretário de Turismo de Pernambuco, Rodrigo Novaes, durante lançamento virtual do selo, em julho.
Apesar da estimativa da Abih, alguns estabelecimentos já preveem boa ocupação em janeiro. É o caso dos hotéis Vivá e Solar Porto de Galinhas, ambos no Litoral Sul do Estado. Com ocupação de 80% neste fim de ano e estimativa de alcançar os 70% a partir de janeiro, os resorts modificaram a rotina desde a reabertura, em agosto. “Tradicionalmente, nossos clientes vêm principalmente de São Paulo e de outras partes do Sudeste. Mas com a pandemia, o turismo regional cresceu e ganhou espaço, apesar de majoritariamente nossos clientes ainda serem do Sudeste. É isso que tem garantido uma boa taxa de ocupação”, diz Artur Maroja, proprietário dos estabelecimentos, ressaltando que os hotéis estão preparados com segurança para receber os visitantes.
Segundo a Setur-PE, muitos turistas que visitarão o Estado no fim de ano vêm de São Paulo, Rio de Janeiro, Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Ceará. Isso sem contar com os próprios pernambucanos, que também devem circular em grande número pelo Estado.
Na avaliação do presidente da Abih-PE, até que a vida retorne à normalidade, o turismo regional deve se tornar o perfil dos turistas que chegam a Pernambuco. “É uma tendência que o turismo regional continue. Os sul-americanos que vinham muito, praticamente desapareceram e um ou outro turista do sul veio passar o feriado por aqui. A maioria chegou de carro, ou seja, percorreram uma pouca distância”, avalia Eduardo Cavalcanti.