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Desemprego no Brasil volta a registrar queda após sucessivos aumentos, diz IBGE

Em novembro, 14 milhões de pessoas procuravam trabalho, 100 mil a menos que em outubro, mas 2,2 milhões a mais (+18,2%) do que no mesmo período de 2019

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AFP

Publicado em 28/01/2021 às 11:44 | Atualizado em 28/01/2021 às 11:44
REFLEXOS Sem geração de emprego formal, a informalidade no Estado atingiu, no terceiro trimestre de 2021, 52,2% da população ocupada - LEO MOTTA/ACERVO JC IMAGEM

O desemprego no Brasil registrou a segunda queda consecutiva no trimestre setembro-novembro, após nove sucessivos aumentos causados pela pandemia, situando-se em 14,1% ante 14,3% em agosto-outubro - informaram fontes oficiais nesta quinta-feira (28). O resultado coincide com a média das expectativas de 22 analistas consultados pelo jornal Valor Econômico.

Em novembro, 14 milhões de pessoas procuravam trabalho, 100 mil a menos que em outubro, mas 2,2 milhões a mais (+18,2%) do que no mesmo período de 2019, informou o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística (IBGE).

A lenta desaceleração do desemprego, após atingir o recorde histórico de 14,6% em julho-setembro, esteve relacionada à reativação econômica no terceiro trimestre, após dois meses de retração do Produto Interno Bruto (PIB).

Um dos mais afetados pela covid-19 e pelas medidas de confinamento, o setor informal foi o principal beneficiado pela expectativa positiva de retomada da atividade.

"A maior parte do aumento da ocupação veio novamente do mercado informal", disse o IBGE, que faz seus estudos com pesquisas domiciliares por telefone desde o início da pandemia que já matou mais de 220 mil pessoas no Brasil.

A taxa de informalidade, que havia chegado a 41,1% no período de setembro a novembro de 2019, caiu abaixo de 38% este ano, mas já se recuperou para "39,1% da força de trabalho, o que representa 33,5 milhões de trabalhadores informais no país", segundo o relatório.

O número de "desalentados" (pessoas que pararam de procurar trabalho por falta de oportunidades) passou de 5,9 milhões em setembro para 5,8 milhões em outubro, e 5,7 milhões, em novembro, mas marca um aumento de 22,9% em relação aos 4,6 milhões que figuravam nessa categoria há um ano.

Muitos analistas preveem um aumento do desemprego este ano. Entre outros fatores, isso decorrerá do fim do auxílio emergencial que, por nove meses, garantiu o sustento de milhões de famílias, mas cessou em dezembro.

A estimativa da consultoria XP Investimentos é que a taxa de desemprego atinja 15,8% até o meio do ano, antes de começar a cair.

As projeções também apontam para uma desaceleração econômica no primeiro trimestre de 2021, em função da segunda onda da pandemia, que se mostra tão, ou mais, agressiva que a primeira.

"O crescimento do emprego desacelerará acentuadamente no primeiro trimestre, em especial no setor de serviços, particularmente atingido pela crise", disse outra consultoria, a Pantheon Macroeconomics.

"Esperamos que os números melhorem quando a pandemia se estabilizar, mas o caminho para a recuperação total será longo e acidentado e dependerá principalmente da vacinação", que começou na semana passada no Brasil, acrescentou Pantheon.

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