FIM DE UMA ERA

Cobiçado para vice de Lula, Josué Gomes é eleito presidente da Fiesp após 17 anos de Skaf

Gomes é filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, morto em 2011

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Marcelo Aprígio

Publicado em 06/07/2021 às 9:46
Após a divulgação do resultado, Josué disse estar honrado por receber a maior fatia dos votos - Foto: Estadão

O empresário Josué Gomes da Silva foi eleito nessa segunda-feira (5) presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), após 17 anos da gestão de Paulo Skaf. Ele concorria em chapa única e venceu com 104 votos de 113 eleitores aptos, o que representa 97% dos votos válidos. O anúncio da sua vitória ocorreu no prédio da entidade na avenida Paulista, na região central de São Paulo.

Gomes é filho do ex-vice-presidente da República José Alencar, morto em 2011, e já foi cotado para ser candidato a vice numa eventual chapa com o ex-presidente Lula (PT) em 2022, o que já foi rechaçado pelo empresário.

Com bom trânsito entre políticos mais à direita e mais à esquerda, Josué já foi cotado para cargos ministeriais no governo da então presidente Dilma Rousseff (PT), em 2014, filiado ao MDB e ao PL, e sugerido como vice de Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo Planalto nas eleições de 2018, quando o tucano teve que apostar numa chapa com a ex-senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS).

Gestão colegiada

Após a divulgação do resultado, Josué disse estar honrado por receber a maior fatia dos votos e afirmou que é uma responsabilidade assumir o cargo após Skaf, a quem apoiou em 2005, e que fará uma gestão colegiada. "Suceder Skaf na presidência já é um desafio enorme, especialmente nesse momento em que a indústria de transformação apresentou PIB inferior ao da agropecuária", disse a jornalistas. Gomes chega à presidência da maior entidade industrial do país com o apoio declarado de Skaf.

Skaf permanece no cargo até dezembro. O objetivo, segundo ele, será garantir apoio à reforma administrativa, que deve ser priorizada diante da tributária. "Nesse momento, é preciso uma reforma de redução de gastos, de redução de custos, para os governos diminuírem e ser possível se fazer uma reforma que não penalize a sociedade", afirmou.

"No dia 31 de dezembro encerro meu período e a minha sensação é de missão cumprida. Sempre fui a favor do Brasil. Se um dia eu aceitei me filiar a um partido político, não que precisasse da política, ela significa apenas servir", disse Skaf, que já foi três vezes candidato ao governo de São Paulo, uma pelo PSB e duas pelo MDB.

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