Com Estadão Conteúdo e AFP
É prata! Em grande performance no individual geral feminino da ginástica artística, na manhã desta quinta-feira (29), Rebeca Andrade faturou a medalha prateada nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 e dedicou a vitória a todos que participaram da sua trajetória e que torceram por ela.
"Essa medalha não é só minha, é de todo mundo. Se não fossem essas pessoas, isso aqui, hoje, não teria acontecido. Eu sou muito grata a todo mundo", disse Rebeca, ao falar sobre sua família e profissionais que a treinaram. "Mesmo longe eu senti a energia de todos vocês", completou.
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Destaque nas classificatórias, Rebeca encheu os brasileiros de expectativas para a final do individual geral desta quinta. Em competição marcada pela ausência da estadunidense Simone Biles, a ginasta brasileira manteve o bom desempenho na final e transmitiu, no ginásio, toda brasilidade ao som de "Baile de Favela" durante a apresentação do solo.
"Eu acho que o fato dela ter saído não foi nada negativo. O atleta não é um robô, é um humano. Foi a decisão mais sábia que ela poderia ter feito por ela", ressaltou Rebeca, ao falar sobre Simone Biles, afastada dos Jogos de Tóquio por questões psicológicas.
Confira o solo que deu a medalha de prata para Rebeca Andrade nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.
Reviravolta na carreira
Após ganhar a medalha de prata, Rebeca buscou trazer esperança para todos os atletas que sonham por uma conquista olímpica. A ginasta já passou por três cirurgias de joelho, a última delas em 2019, que acabaram prejudicando sua participação em competições no exterior.
O adiantamento da Olimpíada em um ano por causa da pandemia, porém, permitiu que ela pudesse se recuperar totalmente para participar das seletivas. Dificuldades na vida não assustam Rebeca, filha de dona Rosa e com mais seis irmãos. E que pode nos presentear com ainda mais emoção em Tóquio.
"Mesmo se eu não tivesse ganhado a medalha, eu teria feito história. Justamente pelo processo que passei para estar aqui. Eu espero que vocês tenham pessoas incríveis, de verdade, assim como eu tive, para que vocês cheguem no topo assim como cheguei", contou Rebeca.
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Começo
Rebeca começou na ginástica artística em Guarulhos. Sua tia estava trabalhando no Ginásio Bonifácio Cardoso e descobriu que haveria um teste. A mãe da garota permitiu que ela fizesse o teste e foi aprovada logo quando tinha 4 anos. Por ser forte e veloz, logo mostrou que tinha aptidão para aquilo.
Ela treinou por cinco anos lá, entre 2005 e 2010. Mas passou por muitas dificuldades. De família humilde, muitas vezes não tinha como ir até o local para treinar. A mãe trabalhava como empregada doméstica para cuidar dos oito filhos. Mas desde o início ela recebeu bastante ajuda, tanto dos treinadores quanto dos familiares.