Um antiviral desenvolvido inicialmente nos anos 1990 foi modificado por cientistas russos e será disponibilizado a partir da próxima semana para tratar pacientes da covid-19 na Rússia, segundo o portal Terra. A estatal que financia o desenvolvimento do Avifavir, nome registrado do medicamento, afirmou à agência de notícias internacional Reuters que o País espera diminuir a pressão sobre o sistema de saúde e acelerar a volta das atividades econômicas com o uso do remédio.
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Testes clínicos do remédio foram realizados com 330 pessoas e mostraram que ele tratou o vírus com sucesso dentro de quatro dias na maioria dos casos.
O Avifavir apareceu em uma lista de remédio aprovados pelo governo russo no último sábado (30). Ele é conhecido genericamente como favipravir e poderá ser utilizado nos hospitais russos a partir do dia 11 de junho, segundo o chefe do Fundo de Investimento Direto da Rússia (RDIF).
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A empresa responsável pelo remédio vai fabricá-lo em quantidade suficiente para tratar cerca de 60 mil pessoas por mês.
A substância foi desenvolvida inicialmente por uma empresa japonesa, nos anos 1990. Agora, os russos a otimizaram para que seja eficaz contra o coronavírus. Os detalhes destas modificações devem ser divulgados dentro de duas semanas.
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A conclusão dos testes deve ocorrer dentro de uma semana, mas o Ministério da Saúde da Rússia já aprovou o uso do remédio. A fabricação teve início em março.
Segundo Kirill Dmitriev, chefe do RDIFF, a Rússia conseguiu diminuir o cronograma dos testes, que normalmente duram por muitos meses, porque o genério japonês no qual o Avifavir se baseou foi registrado em 2014 e passou por vários testes antes de ser modificado pelos cientistas russos.
O mesmo medicamento está sendo testado no Japão, onde é conhecido como Avigan. O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, concedeu o equivalente a 128 milhões de dólares de financiamento estatal para o antiviral, mas o uso ainda não foi aprovado.
A covid-19 é uma doença nova e ainda não há vacina para preveni-la. Desde o início do surto de coronavírus, registrado em dezembro de 2019, na província de Hubei, em Wuhan, na China, que a indústria farmacêutica e os laboratórios enfrentam uma corrida contra o tempo em busca de remédios e vacinas para vencer a doença.
Os testes de vários remédios antivirais em humanos ainda não comprovaram sua eficiência.
Um novo remédio antiviral da Gilead, chamado remdesivir, se mostrou promissor em alguns testes pequenos de eficiência contra covid-19 e está sendo dado a pacientes de alguns países seguindo regras de uso compassivo ou emergencial.