Médico nordestino é vacinado contra covid-19 nos Estados Unidos

Imunizante está sendo aplicado no país nos profissionais de saúde, priorizando os que trabalham na linha de frente do combate ao coronavírus
Thalis Araújo
Publicado em 17/12/2020 às 11:31
Médico recebeu a vacina contra covid-19 Foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM


O médico brasileiro Gilson Fernandes foi um dos primeiros a receber a vacina contra o novo coronavírus da Pfizer/BioNTech, nos Estados Unidos. Nascido na Paraíba, o profissional da saúde trabalha no Jackson Memorial Hospital. Em entrevista à Rádio Jornal, nesta quinta-feira (17), Fernandes disse que recebeu o imunizante voluntariamente.

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"Teve uma aceitação muito grande aqui do corpo médico. Mil profissionais de saúde se vacinaram no primeiro dia. Não foi uma coisa obrigatória, foi uma coisa voluntária, porque nós conhecemos de perto e analisamos os estudos que foram realizados aqui nos Estados Unidos. E verificamos que, realmente, a eficácia e a segurança da vacina são excelentes", disse.

Durante a entrevista, Gilson Fernandes revelou que está preocupado com a repercussão que a vacinação está tendo em todo o mundo. "As pessoas estão com medo, porque não sabem em quem acreditar, porque cada um diz uma coisa diferente. Existe uma preocupação muito grande. É muito importante que as pessoas verifiquem a fonte da informação que elas estão lendo ou escutando, para que não acreditem em qualquer coisa", acrescentou.

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A princípio, o imunizante contra a covid-19 está sendo aplicado, nos Estados Unidos, nos profissionais de saúde, priorizando os trabalhadores que atuam na linha de frente de combate à doença que provocou a pandemia.

A vacina causa alguma reação?

Depois de mais de 36 horas que recebeu a vacina, Fernandes afirmou que trabalhou o dia inteiro na terça (16) e que sentiu apenas uma dor leve no braço em que recebeu o produto. "É a mesma coisa que se sente com qualquer outra vacinação. Eu tomo a vacina da influenza e da gripe todos os anos e é exatamente a mesma coisa, só uma dor leve no local da aplicação e nada mais."

95% de eficácia

O médico acompanhou um estudo realizado com a vacina da Pfizer/BioNTech, que envolveu 40 mil pessoas. Metade recebeu o imunizante e a outra tomou placebo, que é uma injeção de soro. Ele definiu os resultados do estudo como "extraordinários". Os 20 mil pacientes que não receberam a vacina tiveram infecção pela covid-19. Apenas oito pessoas do grupo que recebeu o imunizante tiveram a doença.

"Com isso, foi determinado que a eficácia da vacina é de 95%. Significa que, de todas as pessoas que tomarem a vacina, 95% vão estar protegidas e não vão contrair a covid " - Gilson Fernandes - Médico

Os principais efeitos que foram reportados por quem recebeu a vacina foram os seguintes: dor no braço, fadiga e dor na cabeça. Os mais raros foram febre e calafrios, mas de forma leve.

O conselho que Gilson dá para a população é que todos deveriam tomar o imunizante. "O benefício de tomar essa vacina é evitar 95% das infecções, com efeitos colaterais leves. É uma coisa que todos deveriam considerar fortemente. Essa vacina é a única forma que eu vejo de quebrar essa forma de transmissão e acabar com essa pandemia."

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Vacina foi aprovada após pressão de Trump

A vacina produzida pela Pfizer e pela BioNTech foi a primeira a ser aprovada para uso emergencial nos Estados Unidos na última sexta-feira (11), pela FDA, agência reguladora de medicamentos do País, após pressões do presidente Donald Trump, que ameaçou o chefe da FDA, Stephen Hahn, dizendo que ele apresentasse sua demissão caso a agência não aprovasse a vacina até o final daquele dia. Trump ainda chamou a reguladora de "grande tartaruga lenta".

Qual a eficácia das principais vacinas contra covid-19?

AstraZeneca/Oxford

No dia 23 de novembro, o laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram, em um comunicado conjunto, que a vacina contra covid-19 desenvolvida pela parceria mostrou eficácia de 90% nos testes. Os resultados preliminares incluíram testes em mais de 2 mil pessoas, incluindo 131 que contraíram a covid. A eficácia ficou entre 62% e 90%, dependendo da quantidade de doses aplicadas.

"A eficácia e segurança desta vacina confirmam que será muito efetiva contra a covid-19 e que terá um impacto imediato nesta emergência de saúde pública", afirmou o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, no comunicado.

Pfizer/BioNTech

O laboratório farmacêutico Pfizer anunciou, no dia 9 de novembro, que sua vacina, produzida em conjunto com a BioNTech, tem eficácia de 90%, de acordo com a primeira análise intermediária do teste de fase 3, a última etapa antes do pedido formal de homologação.

"Os primeiros resultados da fase 3 de nosso teste de vacina contra a covid-19 apresentaram as provas iniciais de nossa vacina para prevenir esta doença", afirmou o presidente da Pfizer, Albert Bourla.

Com base nessas projeções, as duas empresas disseram que pretendem fornecer 50 milhões de doses no mundo em 2020 e até 1,3 bilhão no ano que vem.

Moderna

A vacina fabricada pela farmacêutica americana Moderna tem eficácia de 94,1%, de acordo com o anúncio feito no dia 30 de novembro, quando a empresa anunciou uso emergencial do seu imunizante contra o coronavírus nos Estados Unidos e na Europa.

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Segundo a Moderna, o imunizante também aparentou ser seguro, ainda que alguns participantes tenham experimentado dores de cabeça e outras reações leves a moderadas.

"Acreditamos que nossa vacina fornecerá uma ferramenta nova e poderosa que pode mudar o curso desta pandemia e ajudar a prevenir doenças graves, hospitalizações e mortes", disse o CEO da Moderna, Stéphane Bancel.

Coronavac

Os resultados da eficácia da vacina produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan ainda não foram divulgados. O que se sabe sobre o imunizante é que ele chegou à fase final, a 3, com milhares de voluntários, principalmente no Brasil.

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