Apesar da Praia de Boa Viagem ter tido uma manhã atípica neste sábado (21), devido a determinação do governo de Pernambuco para que o comércio de praia não funcione, alguns banhistas se aventuraram a dar um mergulho no mar.
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Segundo o tenente coronel Elton Moura do Corpo de Bombeiros, o banho de mar não está impedido. "Não está proibido vir à praia. A proibição está em realizar atividades esportivas e se aglomerar em determinados locais, além do comércio. Mas o banho está liberado", orienta.
Sabendo da liberação, o aposentado Luiz Prado, 75 anos, morador de um prédio na Avenida Boa Viagem, decidiu passar um tempo na praia, mas disse que está se protegendo como pode para não contrair a doença. "Eu achei excelente o decreto do governo de restringir atividades nas praias e determinar o fechamento do comércio, eu só vim hoje dar uma voltinha e já estou indo para casa para me proteger", falou.
Assim como Luiz, o profissional autônomo Roberto Freitas foi à praia de Boa Viagem na manhã deste sábado (21). "Eu passo o dia sozinho em casa e vim fazer uma visita a um familiar, acabei aproveitando para admirar a praia", contou ele, que ainda disse aproveitar o período de isolamento social que se impôs para escutar músicas e ler livros.
Apesar da liberação, em entrevista ao Jornal do Commercio, o infectologista Gabriel Serrano alerta sobre o perigo da atividade. "Temos que lembrar que o coronavírus é um vírus de via aérea. Ele passa muito fácil de uma pessoa para outra. A doença, normalmente, ocasiona um quadro de síndromes gripais comuns. Mas não é todo mundo que terá a sorte de ter um quadro leve. Por isso, temos uma responsabilidade muito grande conosco e com o outro, já que não sabemos como o vírus irá se comportar em cada corpo", alerta.
O infectologista também afirma que o calor não é suficiente para matar o vírus. "O clima quente e úmido do Estado não é suficiente para matar o vírus. Ele fica mais lento, diminui a quantidade, mas isso não impede a infecção. Principalmente quando há aglomerações."
Já sobre os riscos do banho de mar, o profissional relata que ainda não há estudos que comprovem que o banhista pode ser infectado pelo vírus ao entrar na água e ao ter contato com a areia. "Não há nenhum estudo que comprove que o coronavírus possa ser pego na areia da praia. No entanto, de acordo com outros vírus, é provável que sim, já que o vírus resiste durante algumas horas em superfícies", explica.
Por fim, ele alerta que o perigo maior está na aglomeração. "O fato da pessoa ir à praia por não estar assintomático não traz segurança. Visto que nem todos os casos desenvolvem os sintomas da doença". Ele ainda faz referência à estimativa de que o sucesso no controle da transmissão está na média de que apenas uma em cada oito pessoas saia de casa.
Neste sábado (21), banhistas em Porto de Galinhas, no município de Ipojuca, Litoral do Sul de Pernambuco, desrespeitaram as medidas adotadas pelo Governo do Estado para evitar aglomerações. Segundo a Prefeitura de Ipojuca, que realizou uma operação para fiscalizar as praias, cerca de 400 banhistas estavam no local. Segundo a gestão municipal, a maioria das pessoas no local eram turistas.
Na última sexta-feira (20), no Brasil, o balanço do Ministério da Saúde confirmou 904 casos, além de 11 óbitos em decorrência da doença. Já em Pernambuco, o Governo de Pernambuco, em coletiva de imprensa, anunciou que o Estado já conta com 31 casos confirmados do novo coronavírus e uma caso com cura clínica.
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O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.
Aglomeração em Porto de Galinhas
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