SAÚDE

Agentes funerários cobram início da vacinação contra covid-19 para a categoria em protesto no Recife

Sindicato alega que cerca de 30 trabalhadores já morreram por causa da doença

Cadastrado por

Katarina Moraes, Cássio Oliveira

Publicado em 11/02/2021 às 7:45 | Atualizado em 11/02/2021 às 11:15
Protesto acontece em frente à Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

Com informações da repórter Cinthia Ferreira, da TV Jornal

Agentes funerários e donos de funerárias protestam na manhã desta quinta-feira (11) para serem vacinados contra a covid-19. Apesar de estar inserida na primeira etapa da imunização no Estado, a classe ainda não começou a ser imunizada. A concentração aconteceu no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, por volta das 7h, de onde o grupo seguiu em carreata até a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE).

O Sindicato das Empresas Funerárias de Pernambuco (Sindef-PE) revela que cerca de 30 trabalhadores já morreram por complicações causadas pelo coronavírus, e que há diversos colaboradores afastados. A classe é responsável pelo manejo dos corpos, tanto dos que perderam a vida para a covid-19, quanto dos que morreram por outras causas.

Segundo o presidente do sindicato, Luiz Alves, dois ofícios já foram enviados à SES, e a classe já foi até a sede duas vezes, mas não foi recebida.

“Já perdemos vários colegas para essa doença, todo mundo trabalha com medo. Nos hospitais, ninguém quer entregar o corpo; é o agente funerário quem tem que manusear o corpo e a gente não recebe a sinalização da vacina, não temos uma definição, uma clareza do que o governo quer fazer”, explica.

Grupo seguiu em carreata até a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Segundo o presidente do sindicato, Luiz Alves, dois ofícios já foram enviados à SES, sem resposta; e a classe já foi até a sede duas vezes, mas não foi recebida - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
A classe é responsável pelo manejo dos corpos, levando-os do hospital até o sepultamento - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
Segundo o presidente do sindicato, Luiz Alves, dois ofícios já foram enviados à SES, sem resposta; e a classe já foi até a sede duas vezes, mas não foi recebida - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM
A classe é responsável pelo manejo dos corpos, levando-os do hospital até o sepultamento - BRUNO CAMPOS/JC IMAGEM

O sindicalista também alertou para o risco de contaminar outras pessoas. “Vivemos uma situação de que não sabemos como vai ser o amanhã, a gente tem contato com a família de [vítimas de] covid, e também da de quem não é. A linha de transmissão é incalculável”, completa.

» Saiba onde vacinar idosos com mais de 85 anos contra covid-19 em cidades do Grande Recife

» A vacina contra a covid-19 é segura? Especialista responde as dúvidas mais frequentes sobre a vacinação no Brasil

» Guia da vacinação contra a covid-19: tire as suas dúvidas

» Saiba como denunciar ao Ministério Público desvio de vacinas contra covid-19

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) alega, por nota, que os trabalhadores de serviços funerários serão contemplados "de acordo com a disponibilidade de doses da vacina". Reforça também que "pactuou com os municípios pernambucanos, na Comissão Intergestores Bipartite (CIB), o público prioritário da vacinação contra a Covid-19 neste primeiro momento da campanha, de acordo com o Plano Nacional de Vacinação, e cada gestor municipal deve avaliar sua realidade e vacinar de acordo com a organização da sua rede."

Escassez de vacinas

O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, afirmou à Rádio Jornal, logo após o protesto, que devido à escassez de vacinas há um senso de injustiça com categorias que também são prioritárias na fila de vacinação contra covid-19.

>> Secretário admite que variante amazônica do coronavírus já deve estar circulando em Pernambuco

Longo disse ter se reunido com os agentes, destacou a importância da categoria, principalmente no enfrentamento da pandemia, e apontou a obrigação das prefeituras de dar a esses profissionais a devida prioridade. 

"Mostramos a obrigação de cada um dos entes. É lamentável ter ainda uma escassez de vacinas sem atender aos grupos prioritários ao mesmo tempo. Na escassez, fica o senso de injustiça. Precisamos atender a todos e se fazer ver que todos serão atendidos. O planejamento é de cada um dos municípios, onde tem atividades que esses agentes desempenham. Eles devem procurar os responsáveis nas secretarias de saúde municipais e saber quando entrarão no plano de vacinação. Eles estão entre os prioritários", destacou André Longo.

Tags

Autor

Veja também

Webstories

últimas

VER MAIS