Um detento da Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ), em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR), que realizou o Exame Nacional do Ensino Médio 2020 (Enem PPL/2021) alcançou nota 900 na prova de redação. Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, por meio da sua Executiva de Ressocialização (Seres), 1.273 pessoas privadas de Liberdade (PPLs) se inscreveram.
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Ironildo Rodrigues de Melo, 42, está no sistema prisional de Pernambuco há sete anos e conta que passou boa parte desse tempo sem vontade de estudar. "A prisão me deixou muito triste e não tive ânimo para estudar e assim passei uns três anos da minha vida. De 2018 para cá, estudo todo dia, o dia todo. Minha mãe comprava os livros na feira por dois ou cinco reais e trazia [para a penitenciária]", explicou. O detento disse que pensa em cursar Matemática ou Ciências da Computação.
A segunda e terceira maior nota ficaram com Givanildo Barros da Lima, preso na Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco, e Josenilson Leite de Oliveira Júnior, da Penitenciária de Tacaimbó, no Agreste. Eles alcançaram 800 e 680, respectivamente.
"Trabalho e educação são os pilares da ressocialização, esta é mais uma etapa importantíssima no processo de recuperação das pessoas privadas de liberdade", pontuou o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico.
De acordo com a Seres, pessoas privadas de Liberdade de 24 estabelecimentos penais do Estado, sendo 23 unidades prisionais e uma cadeira pública, se inscreveram. Houve uma evolução também na nota de redação do primeiro lugar, de 700, em 2019, para 900.