Cartazes contra LGBTfobia são fixados em ônibus, trens e equipamentos públicos de Pernambuco
Cerca de 15 mil materiais informativos de campanha de enfrentamento à violência contra as mulheres pela sua identidade de gênero e orientação afetiva e sexual são distribuídos na manhã desta segunda-feira (19) em transportes e equipamentos públicos pela Região Metropolitana e interior do Estado. A campanha é realizada pela Secretaria da Mulher de Pernambuco após uma série de assassinatos contra travestis e transexuais acontecerem no Estado e ganharem repercussão nacional.
Segundo a pasta, 2.626 cartazes estão sendo afixados nos ônibus do Consórcio Grande Recife e nas 36 estações do metrô do Recife e VLTs -Veículo Leve sobre Trilhos (VLT). Outros 15 mil cartazes serão colocados, “por cerca de 200 multiplicadoras, nos principais equipamentos públicos do Estado e dos municípios, a exemplo do Expresso Cidadão, Centros de Referência, Delegacias, Secretarias de Governo e Secretarias e Coordenadorias de Mulheres do município, Centros Especializados de Atendimento às Mulheres, entre outros”.
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A campanha, de lema “Sim ao Respeito. Não à Violência contra as mulheres Trans, Travestis, Lésbicas e Bissexuais”, traz a foto de três mulheres reais representantes da diversidade: Marta Souza, Joelma Silva e Rosilene Rocha. O texto do cartaz chama a atenção ao respeito e à importância da denúncia dos casos de violação a direitos de mulheres trans, travestis, lésbicas e bissexuais através da Ouvidoria da Secretaria da Mulher: 0800-281-81-87 – que disponibiliza ligação gratuita e atendimento 24h.
Com o objetivo de fortalecê-la, a secretaria realizou, na última terça-feira (13), a Capacitação Dialogando o Enfrentamento à Lesbofobia, Bifobia e Transfobia com 132 multiplicadores, entre as teleatendentes da Ouvidoria da Mulher da SecMulher-PE (0800-2818187), coordenadoras regionais, coordenadoras e secretárias municipais, representantes de ONGs, servidoras e servidores do Estado e de municípios.
Em menos de um mês, o Estado viu repercutir a morte de quatro mulheres trans: Kalyndra Selva, 26 anos, Fabiana da Silva, 30, Crismilly Pérola, 37, e Roberta Nascimento, 33. A preocupação, no entanto, é a nível nacional. Segundo dossiê elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), o Brasil é o país que mais mata transexuais no mundo. Só em 2020, pelo menos 175 mulheres transexuais haviam sido assassinadas - uma alta de 41% em relação ao ano anterior.
Para a secretária Estadual da Mulher, Ana Elisa Sobreira, a luta pela garantia de direitos, respeito, dignidade e liberdade das mulheres é contínua e ganha força com o Comitê de Prevenção e Enfrentamento às Violências LGBTFóbicas de Pernambuco, dos Comitês Interinstitucionais Pró-Mulheres Lésbicas e Bissexuais e o de Trans e Travestis da Secretaria da Mulher. “Esses órgãos unem estado e sociedade civil na luta pela redução da violência, punição dos agressores e acolhimento das vítimas".