GRANDE RECIFE

"Existe uma série de circunstâncias que podem ser feitas" para evitar ataques de tubarões na Praia de Piedade, diz pesquisador

Recomendações do especialista Jonas Rodrigues foram enviadas em laudo técnico ao Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) dias após o último ataque

Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 25/07/2021 às 13:39 | Atualizado em 25/07/2021 às 14:10
A área da igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, é onde houve maior número de vítimas de mordidas de tubarão - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Em entrevista ao JC, o pesquisador Jonas Rodrigues, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), afirmou que várias medidas podem ser tomadas no litoral do Grande Recife para evitar que novos ataques de tubarão aconteçam. Neste domingo (25), duas semanas após um banhista ter morrido, mais um homem foi mordido pelo animal no mesmo ponto da Praia de Piedade, na Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes.

As recomendações do especialista, uma das principais autoridades sobre estudo de tubarões no Estado, foram enviadas em laudo técnico ao Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) dias após o último ataque. 

“Existe uma série de circunstâncias que podem ser feitas ali, além da placa. [Poderiam] colocar uma sinalização de maior risco de cuidado com tubarão, com bandeirolas vermelhas, com instruções à população com serviços de educação ambiental”, afirmou.

Caso as orientações não fossem seguidas pela população, Jonas recomendou a interdição de áreas de maior risco.

Ele disse que há diversos fatores explicam a recorrência e proximidade temporal dos dois incidentes. “Por exemplo, o período de chuvas, estarmos no inverno, aquela é uma área de mar aberto. Além disso, estamos na lua cheia, que é um fator que faz com que as marés sejam mais altas e que façam com que a probabilidade do animal chegar à faixa de areia aumente”, explicou.

Quando o caso deste domingo for confirmado, o Estado passará a ter 68 registros de ataques ou incidentes com tubarão em seu litoral registrados pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) desde 1992. O local campeão neste tipo de evento é a praia em frente à Igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, com 14 ataques de tubarão, incluindo o desta tarde. 

Movimentação na praia de Piedade em frente a igrejinha - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
A área da igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, é onde houve maior número de vítimas de mordidas de tubarão - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Movimentação na praia de Piedade em frente à igrejinha um dia após o último ataque - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Movimentação na praia de Piedade em frente à igrejinha um dia após o último ataque - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Movimentação na praia de Piedade em frente a igrejinha - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Movimentação na praia de Piedade em frente a igrejinha um dia após o último ataque - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Movimentação na praia de Piedade em frente a igrejinha um dia após o último ataque - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
A área da igrejinha de Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, é onde houve maior número de vítimas de mordidas de tubarão - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Segundo a especialista em tubarões, oceanóloga e professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco Rosângela Lessa, existe uma "situação favorável" que explica a recorrência de ataques na região. "Ali há uma abertura nos arrecifes que faz com que as águas do raso e das áreas mais fundas se relacionem. Então, se o tubarão tiver por ali, vai ter acesso às áreas mais rasas". Além disso, há também o fato de haver uma aprofundação da costa no local.

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