Com informações da TV Jornal
Dois cachorros da raça pitbull atacaram dois poodles na manhã desse domingo (15) na Rua Aureliano Artur Soares Quintas, próxima à orla do Janga, em Paulista, Região Metropolitana do Recife. Por causa da gravidade dos ferimentos, apenas um dos poodles sobreviveu.
Os donos, que passeavam com os poodles no momento do ataque, tentaram protegê-los, mas não tiveram forças para livrar os animais de estimação dos pitbulls. Um boletim de ocorrência foi prestado na Delegacia do Janga.
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O comerciante Isac Lima estava que o caso aconteceu. "Eu vi o pessoal correndo e, sem saber o que era, fui para cima para ver. Quando cheguei lá, a mulher estava em estado de choque, chorando e passando mal, e o cachorro já morto, porque o pitbull matou, e o outro já estava no braço. O pessoal tentou matar o pitbull, mas não conseguiu, ele correu para o portão", relatou.
Ele contou, ainda, que o pitbull já atacou outros cachorros e até pessoas. "Não é o primeiro que ele mata, é o segundo, e ele ataca as pessoas direto. Não sei o motivo dele sempre sair e atacar na rua. Na outra vez, o camarada deu uma pedrada nele, e ele foi embora. Várias crianças circulam por aqui, só no meu bar tem 4 netos meus que ficam direto brincando", disse.
Por nota, a Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) informou que registrou, no dia 16 de agosto, na Delegacia de Polícia do Engenho Maranguape, outras ocorrências de Ilícitos Penais, no bairro do Janga, Paulista, Pernambuco. "Segundo relato, no dia 15 de agosto, os queixosos estavam caminhando com seus 02 (dois) animais quando 02 (dois) cães da raça pitbull atacaram os cães das vítimas, matando um dos animais, uma cadela."
Pitbulls são naturalmente perigosos?
Especialistas, médicos veterinários e adestradores ouvidos pela coluna Meu Pet garantem que pitbull é, por natureza, uma raça dócil e calma, muito usada como uma espécie de "babá" de crianças antigamente. O que explica os casos de ataques é o animal ter sido criado em um ambiente que o tornou mais violento, ou o desejo de marcar território contra outro cachorro.
“Ele é um animal forte, mas não é agressivo, é manso; tanto que não é um cachorro de guarda. Quando ataca, é porque existiu algum gatilho ou porque desenvolveu transtornos que não são inerentes à raça e que qualquer animal teria, dependendo da criação. O que acontece é que ele tem uma mordida muito forte, [com impacto] que pode chegar até uma tonelada, por isso os ataques são noticiados, e as pessoas entram em pânico e passam a ter horror da raça”, explica a médica veterinária Cristiane Aguiar.
“Esse ataque poderia ter vindo de um vira-lata, golden, de um labrador ou de um shih-tzu, o que muda é o estrago que é feito, porque a mordida de um cão de raça pequena seria imperceptível. O tutor tem que saber o potencial e o temperamento do cachorro e os ambientes em que ele vai”, defende a adestradora Crislane Santos.
Entretanto, ainda que o pit tenha crescido em um ambiente ou sob estímulos que o tornaram mais violento, é possível reverter esse quadro, segundo Cristiane. “O comportamento pode ser revertido, não é necessário eutanasiar o animal por isso. Ele deve passar alguns dias em observação, deve ser levado para um adestramento e fazer avaliações com uma veterinária que trabalhe com comportamento animal para entender por que ele está agredindo.”
“Os cães educados dessa forma ficam com traumas e descontrolados, isso não é saudável, eles não são felizes. Mas tem como voltar a uma vida saudável e social sim, com muito cuidado e muito treino, porque o cachorro aprende desde que nasce até morrer”, afirma Crisline.