HABITAÇÃO

Cerca de 500 famílias sem-teto ocupam terreno à margem da BR-101 na Zona Oeste do Recife

A ocupação nomeada de "Chico Lessa", do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem Teto (MUST), começou há cerca de duas semanas

Cadastrado por

Katarina Moraes

Publicado em 16/12/2021 às 10:46 | Atualizado em 16/12/2021 às 16:08
Ocupação no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Às margens da BR-101, no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife, barracos improvisados são erguidos há pouco mais de duas semanas para abrigar cerca de 500 famílias sem-teto. A ocupação nomeada de "Chico Lessa", do Movimento Urbano dos Trabalhadores Sem Teto (MUST), acontece em terreno particular, segundo o governo do estado, mas sem uso.

Atualmente, o MUST e o executivo estadual discutem a portas fechadas o rumo da ocupação. Na última terça-feira (14), representantes do movimento foram recebidos na sede do governo, o Palácio do Campo das Princesas, no Centro da cidade.

Segundo a coordenadora do Chico Lessa, Maria Lúcia Silva, foram dadas "boas notícias" na ocasião. Ela, entretanto, preferiu resguardar os detalhes. "Convocamos a reunião, e os superiores do governo marcaram. Não posso falar muito, apenas que tivemos boas notícias", disse Maria.

Ocupação no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Ocupação no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM
Ocupação no bairro da Iputinga, Zona Oeste do Recife - FELIPE RIBEIRO/JC IMAGEM

Nesta quinta-feira (16), é esperada na comunidade a chegada de um ofício do Governo de Pernambuco que deve tratar sobre a ocupação no local. Questionada pela reportagem, a gestão disse que não se pronunciará sobre o assunto, já que o terreno não pertence ao estado.

Maria Lúcia conta que a ocupação foi formada pelas outras sete que o MUST mantém no Grande Recife não darem conta do aumento da população em situação de rua. “Tinham muitas famílias precisando de casas e não tínhamos lugar para colocá-las. Arriscamos e estamos lutando para permanecer. Há pessoas fixas, e outras que vêm um dia ou outro, porque ainda faltam barracos. No primeiro dia, capangas colocaram barreiras para não passarmos, mas agora aceitaram calados. Estamos aqui com famílias, crianças e gestantes”, contou.

A reportagem do JC aguarda respostas do Governo de Pernambuco para atualizar esta matéria.

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