A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) confirmou que já há circulação comunitária da variante H3N2 do vírus influenza (gripe) no Estado. Nesse tipo de transmissão, não é mais possível rastrear o paciente que originou as cadeias de infecção. Até essa segunda-feira (20), tinham sido confirmados 42 casos, com um óbito, em 14 municípios.
Em 2021, a variante A H3N2 passou por uma mutação na Austrália e tem sido responsável pelos surtos de gripe em estados brasileiros como Rio de Janeiro, São Paulo e Bahia.
Pernambuco registrou seus primeiros casos no último sábado (18) e dois dias depois, anunciou o aumento e uma morte.
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Municípios de Pernambuco com casos confirmados de influenza A H3N2
Recife - 18 casos confirmados
Caruaru - 4 casos confirmados
Igarassu - 4 casos confirmados
Jaboatão dos Guararapes - 4 casos confirmados
Cabo de Santo Agostinho - 2 casos confirmados
Olinda - 2 casos confirmados
Camaragibe - 1 caso confirmado
Carpina - 1 caso confirmado
Ipojuca - 1 caso confirmado
Itambé - 1 caso confirmado
Moreno - 1 caso confirmado
Ribeirão - 1 caso confirmado
Santa Terezinha - 1 caso confirmado
Vitória de Santo Antão - 1 caso confirmado
Quadro clínico
De todos os infectados anunciados até o dia 20 de dezembro, 5 (12%) são menores de 18 anos; 17 (40%) estão entre 18 e 39 anos; 15 (36%) têm entre 40 e 50 anos e 5 (12%) estão com 60 anos ou mais.
Destes 42 casos, 9 são considerados graves, com 6 pacientes internados em enfermaria, 2 em unidade de terapia intensiva (UTI) e 1 óbito. A morte foi de um homem de 46 anos, morador do Recife, que foi internado em 9 de dezembro após apresentar falta de ar. Ele precisou ser intubado e transferido para a UTI do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), vindo a óbito no último domingo (19). O homem tinha um quadro de doença renal crônica e teve o exame para covid-19 negativo.
“Também foram localizados 12 registros no sistema e-SUS, utilizado para o registro de casos leves, a partir de informações que já estavam baixadas na SES-PE. Os demais, provavelmente também do e-SUS, não foram localizados, já que o sistema do Ministério da Saúde (MS) está fora do ar”, informou a SES.
Para o Secretário da Saúde de Pernambuco, André Longo, apesar de preocupante, a circulação da influenza A H3N2 deve ter uma menor repercussão em casos graves e internamentos quando comparadas às ocorrências da covid-19. Entretanto, o secretário reforçou que é necessária uma atenção redobrada principalmente com as crianças, os idosos e pessoas com doenças crônicas (como diabetes e hipertensão, entre outras) pois são grupos com maior risco de desenvolverem casos graves quando infectados pelo influenza.