Atualizada às 21h32
Com o avanço dos casos de influenza subtipo A (H3N2) e para monitorar os dados da pandemia em Pernambuco, o governador, Paulo Câmara, esteve reunido, nesta quarta-feira (29), com o Gabinete de Enfrentamento à Covid-19. De acordo com o chefe do Executivo estadual, diante da sobrecarga nas emergências da Região Metropolitana do Recife, haverá reforço da equipe do Atende em Casa e ampliação do número de leitos hospitalares. "Abrimos um novo ponto de testagem na Fusam (na Praça Oswaldo Cruz) e vamos ampliar o número de leitos", declarou.
"É muito importante manter o uso de máscaras e que quem esteja com sintomas gripais evite contato com outras pessoas, sobretudo crianças e idosos. Nosso gabinete está em mobilização permanente avaliando os dados diariamente", pediu o governador, em suas redes sociais.
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No Atende em Casa é possível buscar orientações de como proceder. O acesso ao sistema pode ser por aplicativo disponível em celular Android ou pelo www.atendeemcasa.pe.gov.br. Após digitar informações básicas, o sistema conduzirá a ocorrência de acordo com a gravidade de cada caso.
Pernambuco registrou os primeiros casos de influenza H3N2 no dia 18 deste mês. Desde então, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou 1.592 infecções por gripe (1.578 causadas por H3N2) e cinco mortes. A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) informou, na noite desta quarta, que o município já confirmou 1.247 casos de influenza subtipo A (H3N2). Desse total, seis morreram em decorrência de complicações da gripe. Os pacientes que foram a óbito tinham idades entre 46 e 69 anos. O número de mortes na capital ainda não foi atualizado no boletim do governo do Estado, por isso a diferença nos números. A alteração só deve acontecer nesta quinta (30).
Perfil dos adoecimentos
Até agora, segundo mostra o perfil dos adoecimentos por faixa etária em Pernambuco, a nova cepa não atingiu com a mesma intensidade todas as faixas etárias.
A doença, até então, tem se manifestado de forma acentuada na população de adultos jovens. Dos 1.578 casos de H3N2, 53% ocorreram em pessoas de 20 a 39 anos no Estado. Esse retrato etário pode refletir o comportamento desse grupo diante das medidas de prevenção das doenças respiratórias, como a covid-19 e a gripe. Com dois anos de pandemia do coronavírus, a população enfrenta uma fase de fadiga das condutas de proteção. Nas ruas, muita gente retoma hábitos da rotina que tinha antes da pandemia (sem máscara e sem distanciamento, por exemplo), apesar do avanço da influenza e do surgimento de nova variante do coronavírus, a ômicron.
O secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, tem dito frequentemente que "a adoção e o reforço no distanciamento físico, no uso correto da máscara e na lavagem das mãos são uma questão de proteção à vida".
E mais: assim como ele, especialistas também têm reforçado que é necessária uma atenção especial aos idosos, às crianças e às pessoas com doenças crônicas. Afinal, quando adoecem por gripe, formam um grupo mais suscetíveis a complicações decorrentes da infecção. No Estado, na faixa etária até os 9 anos, são 52 casos de H3N2 até então. Dos 10 aos 19 anos, considerado também um grupo etário pediátrico, são 117 casos. Entre os cinco óbitos confirmados até agora, um foi de uma menina de 1 ano e 5 meses que tinha um distúrbio de coagulação, segundo a SES.