Julgamento

Testemunhos apontam que réu usou maconha, cerveja e uísque antes da colisão que deixou três mortos na Tamarineira

Julgamento de João Victor Ribeiro de Oliveira ocorre nesta terça-feira (15)

Cadastrado por

JC

Publicado em 15/03/2022 às 17:54 | Atualizado em 15/03/2022 às 19:19
Julgamento da Tragédia da Tamarineira. Na imagem, o pai que perdeu a mulher e o filho depondo e o réu na outra ponta, contraído - REPRODUÇÃO

Testemunhas que participaram do julgamento de João Victor Ribeiro de Oliveira, nesta terça-feira (15), apontaram uso de álcool e droga ilícita no dia em que dirigiu bêbado e foi responsável por uma colisão que matou três pessoas e deixou outras duas feridas, em 2017, na Tamarineira, Zona Norte do Recife.

Dois amigos de João Victor Ribeiro, que conduzia um Ford Fusion, lembraram que estavam com o réu antes da colisão. De acordo com Matheus Peixoto e Artur Donato, o amigo passou a tarde bebendo cerveja na Confraria do Zé Perninha, em Olinda, e os três teriam combinado de ir ao AutoBar, no fim da tarde.

"Ele estava numa Ranger e, antes de irmos ao AutoBar, ele decidiu ir em casa e trocou o carro pelo Fusion, acredito que por status, um carro mais rápido, bonito. No caminho, usou maconha. Quando ele trocou o carro, fomos de um posto em Olinda até Casa Forte com Artur dirigindo, porque até aquele momento Artur, dos três, era o que ainda não tinha bebido", disse Peixoto.

Artur, por sua vez, confirmou a informação sobre a bebida, mas disse que não estava presente no momento do uso de maconha.

Ainda de acordo com o depoimento, por volta das 18h, os três chegaram ao AutoBar e pediram um combo, composto por uma garrafa de uísque e energéticos. Segundo os homens, João Victor bebeu uísque e, em determinado momento se afastou para a entrada. Eles foram verificar como ele estava. Segundo Artur, ele estava suando muito e ficou no carro.

"Perguntei se ele estava bem, depois de duas horas lá, a garrafa estava só em dois dedos, estávamos tomando com energético. A chave estava em cima da mesa, ele saiu, nós fomos falar com ele, ele estava calado, só balançando a cabeça, depois, quando fomos ver novamente, ele tinha saído sozinho", disse Matheus.

"Ele estava todo suado na primeira vez que nós o vimos lá na frente, na segunda vez voltamos e deixamos o ar condicionado ligado. Voltamos e quando olhamos de novo ele não estava no local", disse Artur, explicando que ele transpirava muito, como se passasse mal.

Matheus Peixoto destacou a amizade com João desde a adolescência e disse que o réu foi internado duas vezes por dependência química. A informação também foi levantada por Artur no seu momento de fala.

Sobre o acidente, Peixoto disse que soube no outro dia, vendo TV. Artur disse que foi informado no mesmo dia, por um amigo, mas pensou ser uma brincadeira.

Ambos também confirmaram a informação de que o réu já teria tido um problema em um posto de gasolina, chegado bêbado dirigindo, e ameaçado bater com o veículo em um frentista.

"No dia do acidente, ele ligou lá para casa dizendo que almoçaria comigo, antes de Zé Perninha, mas encontrou-se com amigos, e ele achava que confiava, e chamaram ele para o bar. Creio que quem saiu com ele nunca foram amigos. Se fossem amigos, tinham ligado para dizer as condições que ele estava e deveriam ter ligado para pedir socorro. Ele foi colocado no carro e voltaram para beber", disse uma tia de João Victor que também participa como testemunha.

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