MOBILIDADE

Após anos de espera, passarela do Hospital das Clínicas, na BR-101, tem obra paralisada e pode ter projeto refeito

Antiga estrutura foi demolida em 2018 por má conservação. Obras da nova passarela deveriam ter começado no mesmo ano, mas só iniciaram em 2021 — e foram paralisadas

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Katarina Moraes

Publicado em 26/04/2022 às 15:21 | Atualizado em 27/04/2022 às 11:04
Projeto original previa rampas, escadas e trecho principal de passagem; mas teve as obras suspensas - REPRODUÇÃO/TV JORNAL

Com informações da repórter Juliana Oliveira, da TV Jornal

Deveria ter sido iniciada em 2018, meses após a demolição da antiga estrutura, mas a passarela que ligaria a antiga sede da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) ao Hospital das Clínicas, na BR-101, Zona Oeste do Recife, só começou a ser construída em setembro de 2021, três anos após a data prometida. Mesmo assim, entraves no projeto paralisaram as obras cerca de três meses depois — sem que fosse dada uma nova previsão de entrega.

Em novembro do último ano, reportagem do JC relatou o descontentamento de diferentes departamentos da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) — responsável pelo conjunto da Sudene — com a obra. As críticas iam desde a falta de acessibilidade aos pacientes com dificuldades de locomoção até a destruição parcial do jardim projetado por Roberto Burle Marx (1909 - 1994).

À época, ainda, o engenheiro responsável pelas obras, Rafael França, havia revelado que ainda esperava a autorização da Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), do Governo do Estado, para supressão da vegetação, exigida para que a passarela fosse feita de acordo com o projeto. Sem isso, disse ele, a obra pararia. Dito e feito.

O Departamento de Estradas e Rodagens de Pernambuco (DER-PE), órgão responsável pela execução da obra, determinada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), informou que as obras foram paralisadas “pela necessidade de retirada das árvores do local, ao lado do edifício da Sudene, e aguarda a liberação dos órgãos ambientais para executar a remoção”.

A CPRH, por sua vez, afirmou não ter recebido pedido para de análise do projeto, e que, por isso, pediu para que as obras fossem paralisadas “até que fossem prestados esclarecimentos sobre o mesmo”. Mas que, até o presente momento, “o processo não foi protocolado”.

Projeto original previa rampas, escadas e trecho principal de passagem; mas teve as obras suspensas - REPRODUÇÃO/TV JORNAL
Projeto original previa rampas, escadas e trecho principal de passagem; mas teve as obras suspensas - REPRODUÇÃO/TV JORNAL
Projeto original previa rampas, escadas e trecho principal de passagem; mas teve as obras suspensas - REPRODUÇÃO/TV JORNAL

Na manhã desta terça-feira (26), a CPRH e o DER-PE participam de reunião junto aos departamentos de arquitetura e engenharia da UFPE para discutir o projeto. “Ainda não sabemos o que sairá da reunião, mas há duas questões importantes apontando contra o projeto atual: o dano ao jardim e a falta de acessibilidade. Cabe à universidade com estudiosos mudá-lo e achar uma nova solução”, pontuou a arquiteta e urbanista Ana Rita Sá Carneiro.

Enquanto isso, pedestres continuam em risco

Situada na Cidade Universitária, na Zona Oeste do Recife, a passarela é uma demanda urgente dos pedestres, que se arriscam atravessando a rodovia. Quando concluída, permitirá a retirada do semáforo instalado em 2018 - já que a existência do equipamento em rodovias vai contra a recomendação das regras de segurança viária, segundo a coluna Mobilidade, deste JC.

O autônomo Gilberto da Silva é um dos que se arriscam diariamente na BR-101. "A pista é perigosa, fácil de ter acidente. já morreu muita gente aí. Com a passarela, é melhor, porque aqui é ruim de atravessar e o sinal demora muito", disse.

Até a interrupção dos serviços, havia sido fundado o pilar central da passarela e parte da rampa no terreno do HC. A planta prevê fundações em estacas pré-moldadas em concreto protendido, com rampas, escadas e trecho principal de passagem. Tudo pelo custo de R$ 730 mil, com recursos do governo federal.

Por nota, o DER-PE esclareceu que o “prazo para início de execução das obras será imediato à liberação de retirada de parte dessa vegetação”, e que a previsão é de que a implantação seja executada ainda este ano. Por fim, disse que "as intervenções já iniciadas na obra serão utilizados na construção do equipamento", e que, até o momento, "não efetuou nenhum pagamento pelas ações já executadas."

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