Pré-candidato a prefeito do Recife pelo Cidadania, o deputado federal Daniel Coelho afirma que a oposição mantém o diálogo firme em torno de uma chapa única, mas que o grupo tem discutido a questão com paciência. Segundo Coelho, “quem quer unidade de palanque da oposição não se apressa para dizer que é candidato de qualquer jeito” e, neste caso, o bloco formado por sete partidos (Democratas, PSDB, Cidadania, PSC, PL, PTB e PSL), teria como prazo para bater o martelo até o período das convenções, iniciadas a partir do dia 31 de agosto, se for necessário.
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Estamos muito confiantes no trabalho que estamos fazendo na nossa pré-campanha, com respeito às pré-candidaturas de Mendonça Filho (DEM), de Alberto Feitosa (PSC). Estou muito confiante de que a nossa candidatura é competitiva e de que vamos convencer os demais partidos deste bloco. Agora, temos que ter respeito aos outros pré-candidatos colocados, que também têm legitimidade de pleitear”, declara Daniel, em entrevista ao programa Resenha Política, que iniciou, nesta quinta-feira (11), uma série de lives com os pré-candidatos a Prefeitura do Recife.
“Quem quer construir um palanque forte para o segundo turno, e derrotar esse PT e PSB que há 20 anos governa o Recife, tem que ter paciência”, complementa o parlamentar. Para Daniel Coelho, as candidaturas de Marília Arraes (PT) e do deputado federal João Campos (PSB) fazem parte de um mesmo projeto político, já que os dois partidos fazem parte da mesma gestão, tanto a nível estadual quanto municipal.
“Não posso considerar um partido que faz parte da gestão, como partido da oposição. São duas alternativas do mesmo governo. O que existe é uma luta pela hegemonia familiar. Você tem uma sucessão de uma oligarquia familiar que já vai na sua terceira geração”, crítica.
O instituto Conectar, contratado pelo diretório Nacional do Democratas, realizou uma pesquisa de opinião para mensurar a aceitação dos nomes dos pré-candidatos a prefeito no Recife, na largada da disputa eleitoral deste ano. O levantamento publicado pelo Blog de Jamildo, nesta segunda-feira (10), revela que o ex-ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM), seria o candidato da direita mais competitivo.
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Entre os cenários testados, sem os candidatos Daniel Coelho, Patrícia Domingos e Túlio Gadêlha, João Campos aparece liderando com 24%, mas ficaria empatado tecnicamente com os candidatos Mendonça Filho, que aparece com 22% das intenções de voto, além de Marília Arraes, que apareceria com 21%, Neste cenário, Alberto Feitosa (PSC) surge com 5% e Charbel Mouran (Novo) teria 1%.
Para Daniel, a discussão sobre a candidatura tem sido levada com maturidade e cada partido já sabe de quem é o projeto mais competitivo. "Não é nenhuma pesquisa que vai dizer isso. A gente está conversando com os presidentes dos partidos, cada um tem uma ideia de qual candidatura é a mais competitiva", declara.
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Em um outro cenário, sem os candidatos Mendonça Filho, Patrícia Domingos e Túlio Gadêlha, o candidato do PSB, João Campos, manteria a liderança, com 24%, mas ainda empatado tecnicamente. Neste quadro, a candidata do PT passaria para a segunda colocação, com 22%, empatada tecnicamente com João Campos. No limite da margem de erro, Daniel Coelho teria 20% das intenções de voto. Brancos e nulos subiria para 25%, enquanto Feitosa (3%) e Charbel (2%) não seriam favorecidos.
Questionado a respeito de quais áreas necessitam de ações prioritárias no Recife, o presidente estadual do Cidadania citou três setores que precisam de intervenções urgentes. O primeiro é a universalização do serviço de atenção básica da saúde, baseado nos índices de contaminação do novo coronavírus (covid-19).
"Está muito evidente que pelo alto índice de contaminação e a taxa de mortalidade que o Recife tem, em comparação a outras capitais brasileiras, que nós não atingimos o nosso objetivo de universalizar a saúde básica. Nós temos um modelo de marketing bem feito, em que se faz o Hospital da Mulher, coloca na televisão, mas toda a rede vai se deteriorando", declara.
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Para Daniel Coelho, a população recifense precisa receber atendimento das equipes multidisciplinares da saúde da família nos bairros, que devem atuar de forma preventiva. Outro ponto colocado como prioritário foi a alfabetização da rede de ensino municipal. "Nós temos 1/3 dos alunos do nono ano que não estão alfabetizados, sem saber ler e escrever. Isso é um crime. O prefeito deveria ser preso", dispara.
Por fim, o pré-candidato falou sobre atacar a questão do desemprego na capital. Uma das propostas é a desburocratização para quem quer ser empreendedor no Recife. "Há um ranço ideológico do PT e do PSB em tratar o empreendedor como inimigo e criar toda dificuldade possível, e entender como malvado aquele que quer empreender", disse.
Assim como outros pré-candidatos a prefeito do Recife vinculados à direta, Daniel Coelho também defende a pauta do armamento da guarda municipal. Ele afirma que o prefeito Geraldo Julio (PSB) vem descumprindo a legislação federal, que permite o porte de armas para a guarda municipal. No entanto, Daniel Coelho diz que não coloca essa questão como uma bandeira de campanha, muito menos o ligando a ala bolsonarista.
"Não é uma questão de se aproximar de A e B, não é uma questão de estratégia política. Eu tenho um histórico de posições e não vou mudá-las. A Prefeitura do Recife, hoje, impede a guarda de trabalhar com armamento, mas contrata profissional armado privado com um custo mais alto, e pede cessão de policiais militares", declara Coelho.
O PSB de Pernambuco, no último dia 31 de julho, protocolou na Justiça quatro ações contra pessoas que teriam disseminado notícias falsas na internet, as chamadas fake news. Um dos envolvidos no caso é o deputado federal Daniel Coelho, acusado de ter dito nas redes sociais que os respiradores adquiridos pela Prefeitura do Recife, para o tratamento de pacientes em estágio grave da covid-19, teriam sido testados em porcos.
"Nós temos vídeos de que esses respiradores só foram testados em porcos, a compra foi cancelada. E no cancelamento, inclusive tem uma matéria publicada no Blog de Jamildo, aonde a prefeitura justifica que cancelou porque não tinha recebido resposta da Anvisa, mas no processo colocado contra mim, eles citam exatamente o fato de terem a confirmação da Avisa", explica. Para o pré-candidato, esse processo não seguirá adiante, por se tratar de um argumento político.