Daniel Coelho critica "projetos individuais" da oposição no Recife: "Assim, todos perderão"

Sem acordo, o bloco de oposição tem várias pré-candidaturas, como a de Mendonça Filho, Patrícia Domingos e Alberto Feitosa. Para Daniel, estão buscando reforçar o nome para a eleição de deputado em 2022
JC
Publicado em 03/09/2020 às 9:36
A unidade deve se dar em algumas estratégias comuns, mas é importante que a oposição tenha mais de uma candidatura. Considerando que o governo fez uma aliança com o PT, se nós não tivermos dois projetos, há uma dificuldade imensa de provocar um segundo turno, diz Daniel Coelho (Cidadania) Foto: BOBBY FABISAK/JC IMAGEM


Atualizada às 14h

Pré-candidato a prefeito do Recife, o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) criticou a fragmentação da oposição na capital e disse que, dessa forma, todos perderão a eleição.

Em sua conta no Twitter, Daniel afirmou não haver intenção de derrotar o PSB e PT nas oposições de Pernambuco. "Existem apenas projetos pessoais, que buscam recall para fazer eleição de deputado", afirmou o parlamentar na manhã desta quinta-feira (3).

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O Cidadania ainda não bateu o martelo acerca da manutenção ou não da pré-candidatura de Daniel Coelho. O partido faz parte de um grupo que, desde 2018, reuniu-se contra as gestões do PSB no Estado e conta com legendas como PSDB, PL, DEM, PTB e PSC. 

O grupo ainda conta com outros dois pré-candidatos, Mendonça Filho (DEM) e Alberto Feitosa (PSC). E, além desses nomes, Patrícia Domingos (Podemos), o deputado estadual Marco Aurélio Medeiros (PRTB) e Carlos de Andrade Lima (PSL), decidiram disputar a cadeira de prefeito do Recife.

Com tantas candidaturas postas no campo da direita e centro-direita, Daniel acredita que entre se unir e ganhar, os opositores "estão preferindo cada um disputar individualmente, sabendo que assim, todos perderão".

Sobre as declarações do parlamentar, Patrícia Domingos limitou-se a dizer que respeita opiniões divergentes, mas está "olhando para 2020" e sua "pré-candidatura tem como objetivo ganhar a eleição". Mendonça afirmou, através da sua assessoria de imprensa, que não comentaria a fala de Daniel, mas reafirmou que "sempre trabalhou e continua trabalhando pela unidade da direita para derrotar o consórcio PSB/PT no Recife".

Marco Aurélio, por sua vez, disse que Daniel estava correto nas suas colocações. Segundo o deputado, o ideal é que o grupo de oposição lançasse uma candidatura alinhada com o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) - que ele mesmo representaria - e uma outra, unindo os demais partidos do coletivo em torno do presidente estadual do Cidadania.

"Há um ano e meio eu defendo a candidatura de um nome único da oposição e uma candidatura representando a direita, que seria eu. A outra reuniria Mendonça, Bruno, Armando, aquilo que estava sendo construído e implodiu de uma hora para outra. Dali só deveria sair um candidato. Desse jeito talvez a gente conseguiria ir para o segundo turno. Se Daniel fosse candidato, ele seria altamente competitivo, mas infelizmente menos ganhou pra mais", disparou Marco Aurélio.

Anderson Ferreira, presidente estadual do PL e prefeito de Jaboatão dos Guararapes, disse que não falaria sobre o caso. O deputado federal André Ferreira, que preside o PSC em Pernambuco, e o PSL foram procurados para comentar o tweet de Daniel, mas não responderam às tentativas de contato até a publicação desta matéria. 

Oposição

Daniel viu, no início desta semana, o PL, de Anderson Ferreira, declarar apoio a Mendonça Filho, que já havia conquistado o apoio do PSDB e do PTB. A decisão acabou isolando Daniel, que ainda não conta com apoios de outros partidos para disputar a Prefeitura. Em nota lançada no mesmo dia, o deputado federal lamentou o "quadro fracionado do grupo" disse que seu partido decidirá "que caminho irá tomar".

Questionado por um seguidor se vai desistir, Daniel respondeu que está na frente em pesquisas e, por isso, o natural é disputar. No entanto, ele ressalta que não quer se lançar para construir uma vitória do PSB ou PT.

O campo da esquerda e centro-esquerda na capital também tem mais de uma pré-candidatura. O deputado federal João Campos é o pré-candidato do governo e tenta manter o PSB à frente do Recife. O PT, que é aliado do PSB, tendo cargos na gestão de Geraldo Julio e de Paulo Câmara, decidiu lançar a pré-candidatura da deputada federal Marília Arraes.

O PDT, que também está nesse campo, ainda vai bater o martelo se terá mesmo uma pré-candidatura, que pode ser de Túlio Gadêlha ou de Isabella de Roldão. Essa definição deve sair no próximo dia 8 de setembro, em convenção do partido. Além disso, o PSTU lançará a pré-candidatura da militante Claudia Ribeiro, 48 anos, para a Prefeitura do Recife. A legenda deve oficializar o projeto majoritário em sua convenção partidária no sábado (5).

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