A terceira rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo, divulgada nessa quinta-feira (29), mostra que a candidata do PT a prefeita do Recife, Marília Arraes, foi a que mais cresceu no eleitorado com renda familiar superior a cinco salários mínimos. A petista tinha 18% na última rodada e agora soma 24%, um aumento de seis pontos percentuais. Já João Campos (PSB) mantém a liderança entre os que possuem menor renda.
A Delegada Patrícia (Podemos) é candidata que mais pontuou no segmento com mais de cinco salários mínimos. Ela saiu de 21% para 25%. João Campos e Mendonça Filho (DEM) foram escolhidos por 18% e 15%, respectivamente. João cresceu e Mendonça caiu nessa faixa do eleitorado, pois o socialista tinha 14% e o democrata 26%.
"As pessoas tendem a acreditar que o eleitorado de esquerda é majoritariamente beneficiado de programas de governo, mas, na verdade, há um percentual com mais renda, que é esquerda ideológica, que pende, parte para João, parte para Marília. É uma esquerda identitária, ligada aqui em Pernambuco ao PSOL que está na chapa da petista, e isso pode ter contribuído para que essa pessoas com mais renda tenham se decidido por Marília e não por João", comentou o cientista político e professor da Faculdade Damas Elton Gomes.
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Na medida em que a renda vai diminuindo, o percentual do candidato João Campos cresce. Na faixa do eleitorado com renda familiar de até um salário mínimo, o socialista alcança 37% das intenções de voto. Nesse segmento, Marília tem 15%, Delegada Patrícia 12% e Mendonça Filho 11%.
"João nada de braçada nesses segmentos com menor renda e isso não tem muito a ver com guias eleitorais ou discursos. Essa faixa não consome informação política, em geral, não assiste o guia, não tem informação política estruturada. Esse voto é de base, do porta a porta. Talvez, alguns não saibam quem é João, mas sabem que é o neto de Arraes, o filho de Eduardo e essa diferença de João nos dois menores grupos de renda pode estar impactando na liderança dele na pesquisa. Nesse segmento, pesa muito a máquina, pesa ter vereadores no bairros, ter uma chapa competitiva. Esse eleitorado não orienta o voto por temas mais técnicos, como combate a corrupção, bandeira de Patrícia", explica a cientista política Priscila Lapa, da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho).
Há, ainda, uma faixa do eleitorado na qual João teve queda significativa. Entre os eleitores recifenses que possuem renda de dois a cinco salários, o socialista caiu sete pontos percentuais e saiu de 32% para 25%. Agora, ele está empatado tecnicamente com Marília Arraes que subiu de 17% para 22% nesse público. Delegada Patrícia também cresceu nesse grupo, mas dentro da margem de erro, - foi de 15% para 18% - e Mendonça fez o movimento inverso, saiu de 18% para 15%.
A terceira rodada da pesquisa Ibope/JC/Rede Globo foi realizada entre os dias 27 e 29 de outubro de 2020. Foram entrevistados presencialmente 1001 votantes do Recife. A margem de erro máxima estimada é de três pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Regional Eleitoral com o número PE00353/2020. O levantamento foi encomendado pelo Jornal do Commercio e Rede Globo.