Durante sua tradicional live, nesta quinta-feira (26), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que o uso de máscaras é o "último tabu a cair", em relação às medidas para evitar a propagação da covid-19.
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Antes de falar sobre o uso da máscara, Bolsonaro citou um estudo sobre a hidroxicloroquina, remédio que ele insiste em recomendar para o combate a doença mesmo sem embasamento científico. O presidente disse que o medicamento não causaria arritmia.
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Porém, o texto citado vai de encontro a pesquisas e posição de especialistas, que alertam sobre os riscos da administração do remédio, entre eles a possibilidade do surgimento de problemas cardíacos.
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Bolsonaro mencionou a pesquisa para questionar estudos científicos sobre efeitos colaterais da hidroxicloroquina. Depois, o chefe do Executivo questionou a eficácia do uso de máscaras para conter a covid-19.
"A questão da máscara, ainda vai ter um estudo sério falando sobre a efetividade da máscara... é o último tabu a cair", disse durante o vivo. Mas vários estudos científicos comprovam a eficácia do uso de máscara para diminuir as chances de contágio.
No começo da live, Jair Bolsonaro disse que a prática de atividades físicas diminuem as chances de infecção pelo novo coronavírus. Ele lembrou ainda de quando disse que, caso fosse acometido pela doença, "sentiria pouco", pelo seu "histórico de atleta", e citou dados para reclamar que foi alvo de "gozação" por conta da sua fala, que foi proferida no dia 24 de março, em pronunciamento à nação. Na oportunidade, o presidente sugeriu que o Brasil voltasse à normalidade.
O presidente negou ainda que se referiu ao coronavírus como uma "gripezinha", embora tenha tratado a covid desta forma em diversos discursos públicos. Ele usou o termo ainda no mesmo pronunciamento citado acima.
Além de questionar o uso de máscaras e ser um defensor da hidroxicloroquina, mesmo sem provas de eficácia do produto, Bolsonaro sempre criticou o isolamento social, medida que é recomendada por especialistas para evitar a disseminação do novo coronavírus, que já infectou mais de 6 milhões de pessoas, somente no Brasil. O País totaliza também mais de 171 mil mortes por covid-19.
O Ministério da Saúde orienta cuidados básicos para reduzir o risco geral de contrair ou transmitir infecções respiratórias agudas, incluindo o coronavírus. Entre as medidas estão:
Para a realização de procedimentos que gerem aerossolização de secreções respiratórias como intubação, aspiração de vias aéreas ou indução de escarro, deverá ser utilizado precaução por aerossóis, com uso de máscara N95.