João Campos se reúne com prefeito Geraldo Julio para iniciarem transição de governo, nesta terça-feira

Está será a primeira reunião após o resultado do segundo turno validar João Campos como prefeito eleito do Recife. A agenda de transição terá um período de 30 dias.
Mirella Araújo
Publicado em 30/11/2020 às 19:37
ALIADOS João Campos e Geraldo Julio têm primeira reunião de transição nesta terça (1º), 30 dias antes da posse Foto: RODOLFO LOEPERT/DIVULGAÇÃO


O prefeito eleito do Recife João Campos (PSB) se reunirá, nesta terça-feira (1º), com o prefeito Geraldo Julio (PSB) para iniciar o período de transição do governo. O encontro que será realizado às 14h30, na sede da Prefeitura do Recife, será inicialmente apenas entre Campos e seu antecessor, mas durante os próximos 30 dias outras reuniões com as equipes do socialistas deverão ocorrer até a posse no dia 1º de janeiro de 2021.

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Em entrevista à TV Jornal, um dia após o resultado do segundo turno validá-lo como prefeito, João Campos afirmou que já havia encaminhado um ofício ao prefeito Geraldo Julio para que essa agenda pudesse ocorrer de forma imediata. “A partir daí será construído o organograma para a próxima gestão e natural a composição dele, natural com muito diálogo como já afirmei sempre pela capacidade técnica, sensibilidade política e a representatividade de cada área da nossa cidade e da nossa gestão”, declarou.

Líder de uma das maiores frentes de partidos que disputaram a corrida majoritária nestas eleições, João Campos tem em seu palanque 11 legendas integrando a Frente Popular do Recife - PSB, MDB, PP, PDT, PCdoB, PSD, Republicanos, Avante, Solidariedade, PROS, Rede Solidariedade. Sob o discurso de unidade, até mesmo com partidos que compartilham de matrizes ideológicas diferentes do PSB, Campos tem a missão de promover uma reorganização da estrutura municipal sem deixar de contemplar seus aliados, que já afirmaram ter quadros disponíveis para avaliação do futuro gestor.

No entanto, essa acomodação terá que se dar de forma alinhada ao “choque de gestão robusta”, prometida durante a campanha, como forma de otimizar gastos, e priorizando também a participação das mulheres nos cargos de liderança. “A boa gestão pública e o processo de corte de gastos, ele é contínuo. Temos como meta fazer uma política de transformação digital e inovação aberta. Isso vai funcionar com um robusto choque de gestão a ser dado. Que a gente possa colocar a gestão pública no tempo 4.0, como a gente tem hoje nas indústrias e nos grandes setores da economia", declarou. 

Enquanto as estratégias estão sendo montadas, o discurso entre os aliados também seguem a mesma narrativa: a decisão será de João Campos. Presidente estadual do MDB e ex-vice-governador do primeiro mandato de Paulo Câmara (PSB), o deputado federal Raul Henry, afirmou que a delegação desse processo cabe ao prefeito eleito. 

"Em primeiro lugar, quando nós apoiamos a candidatura de João Campos, demos a ele a delegação política de conduzir o processo. Ele tem maturidade, formação e habilidade suficiente para direcionar, da melhor forma, esse projeto. É preciso aguardar", comentou o dirigente emedebista.

Na atual gestão, o MDB possui uma vitrine importante com a ocupação da Secretária de Segurança Urbana, administrada pelo secretário Murilo Cavalcanti (MDB), e cuja a maior ação de combate à violência está no Centro Comunitário da Paz (Compaz). O equipamento foi bastante citado por João Campos durante sua campanha, a exemplo da promessa de transformar o Centro Social Urbano Bidu Krause, localizado no bairro do Totó, em uma nova unidade do Compaz. 

O presidente estadual do PDT, Wolney Queiroz, também afirmou que aguardará essas discussões serem aprofundadas, através da interlocução da vice-prefeita Isabella de Roldão (PDT). “Essa será uma discussão muito tranquila, estamos representados com Isabella. Nós temos muita confiança na capacidade de diálogo”, declarou Queiroz. 

Ele também comentou sobre a disputa acirrada neste segundo turno e da importância da participação do presidenciável Ciro Gomes, que esteve presencialmente no Recife, para apoiar João Campos e Isabella de Roldão. “Ele veio no momento decisivo e marcou a semana da virada, sobre todos os aspectos”, afirmou.

Assim como em 2016, o PDT chegou a cogitar uma candidatura própria para a disputa na capital pernambucana. No entanto, naquela época também optaram por permanecer na Frente Popular. Com a reeleição de Geraldo Julio, passaram a ocupar a pasta de Habitação com Isabella de Roldão - atualmente gerida pela secretária Ana Paula Lins, que também foi indicação da sigla pedetista. 

“Nós mantivemos nossa estratégia em 2020 e agora temos uma aliança mais robusta e sólida. Ela agora avançou e estamos afinados, sobretudo em Pernambuco, para a consolidação de um grande projeto”, completou Wolney, se referindo ao fortalecimento do bloco progressista formado pelos partidos como PDT, PSB, PV e Rede para criarem uma alternativa competitiva para 2022. 

 

ESPAÇO PARA O PT

Nesta segunda-feira (30), a agenda do prefeito recém eleito, João Campos, foi dedicada à entrevistas para os veículos de imprensa. O deputado federal respondeu a diversos questionamentos sobre suas principais propostas para áreas de mobilidade, emprego e renda, educação, saúde, entre outras pretensões para a cidade do Recife nos próximos quatro anos.

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Também houve espaço para reafirmar que em seu governo "não terá indicação política do Partido dos Trabalhadores, mesmo não descartando a possibilidade de diálogo com seus adversários. "Nós temos o compromisso de não ter nenhuma indicação política do PT e  vamos cumprir com esse compromisso. São duas coisas diferentes, uma é ter a capacidade de diálogo e outra é a construção de uma formatação de governo contando com determinados partidos ou não. Vou dialogar com todos no Recife, com todas as pessoas, com quem defende a gestão, com quem também não defende, é natural o diálogo, ele é a essência da política. Mas, não vai ter indicação política do Partido dos Trabalhadores", cravou Campos, em entrevista a Rádio CBN Recife. 

O PT ocupava a secretária de Saneamento da Prefeitura do Recife, com Oscar Barreto, tesoureiro do partido. Com a candidatura de Marília Arraes (PT), Barreto entregou o cargo sob o argumento de cumprir com orientação da Direção Nacional do PT. No Estado, os petistas possuem cargos na Secretária de Desenvolvimento Agrário, comandada por Dilson Peixoto,  no Instituto Agrônomo de Pernambuco (IPA) e na Empresa de Transporte Coletivo Intermunicipal (EPTI), com Marília Bezerra, esposa do vereador João da Costa, como diretora presidente. 


 

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