O prefeito eleito do Recife, João Campos (PSB), afirmou nesta quinta-feira (10), que “não existe uma candidatura ou outra, que seja do governo federal ou não”, ao ser questionado sobre o indicativo aprovado pelo PSB em apoio ao deputado Arthur Lira (PP-AL), líder do Centro e que vem sendo colocado como “o candidato do Palácio do Planalto”, devido ao seu alinhamento com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
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"Ontem (9), foi uma conversa preliminar. Nessa conversa teve um indicativo da maioria pelo nome do deputado Arthur Lira para a presidência da Casa e o partido vai continuar com essa discussão", frisou o parlamentar. Apesar de não ser uma questão fechada dentro do partido socialista, dos 31 deputados da bancada federal reunidos, nesta quarta-feira (9), 18 votaram favoráveis ao apoio à Lira para suceder o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) no próximo biênio 2021/2022.
“O PSB irá fazer a discussão daquilo que é melhor para o partido, para pode ter posição de destaque na Câmara, nas comissões, relatorias e conseguir fazer um bom trabalho pelo Brasil”, declarou Campos, em entrevista a CNN Brasil.
A fala de João Campos acaba por endossar uma certa insatisfação da bancada federal, comentada nos bastidores, sobre a atenção dada ao PSB durante a gestão de Maia e os espaços que o partido poderia ocupar justamente nas comissões, relatorias e pautas de destaque no plenário. Inclusive, entre os nomes que seriam favoráveis a candidatura do parlamentar alagoano, estaria não só o prefeito eleito do Recife, mas do futuro chefe do Executivo de Maceió, JHC (PP), sob o argumento de que Lira teria mais facilidade na interlocução com o governo federal.
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O PSB aprovou uma carta compromisso, que será entregue a todos os candidatos, elencando uma série de prioridades que devem ser incorporadas à presidência da Câmara a partir do próximo ano. “E que que vai poder prezar pelo fortalecimento do parlamento. Que as pautas programáticas estejam na ordem do dia. Seja o meio ambiente, o enfrentamento à desigualdade social, o crescimento econômico com inclusão das pessoas do nosso país. Vamos concluir fortalecendo o parlamento e o futuro do Brasil”, destacou.
A Direção Nacional do PSB se reúne nesta sexta-feira (11), para analisar os resultados das eleições deste ano e debate sobre o futuro político do país a partir do próximo ano - o que não descarta a pauta sobre a presidência da Câmara também ser levada à mesa.
Durante a entrevista na CNN, João Campos também comentou sobre como se dará o papel do PSB na construção de um caminho para as eleições de 2020, entretanto, evitou citar sobre quem poderá receber o apoio do partido a nível presidencial. “O pleito de agora mostrou claramente que a maior parte do povo não aderiu ao bolsonarismo ou ao petismo. Daqui a dois anos, caberá ao conjunto político fazer a defesa de pautas que priorizem verdadeiramente as pessoas a partir da capacidade de diálogo. É preciso enfrentar as desigualdades sociais, que não são poucas”, explicou.
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Há quatro dias, o socialista havia deixado claro que não há acordo firmado com o PDT, do presidenciável Ciro Gomes, para o pleito de 2022. Os partidos que estiveram em diversos palanques, inclusive no Recife, com a indicação da vice-prefeita eleita Isabella de Roldão, compõe um bloco a nível nacional com outros partidos progressistas como PV, Rede Solidariedade, que discutem a construção de uma via alternativa nas próximas eleições. “Quando a gente fez a as alianças, inclusive, entre PDT e PSB, foi sempre um compromisso dessa eleição de 2020 e nenhum compromisso futuro de como seria”, afirmou Campos, em entrevista ao Poder em Foco, do SBT.